Roma, 18 abr (EFE).- A Itália elevou em um décimo sua previsão de déficit público para 2012, para 1,7% de seu PIB, mas mantém o objetivo de se aproximar do equilíbrio orçamentário em 2013 sem necessidade de mais planos de ajuste.
Esses dados constam no Documento de Economia e Finanças (DEF) aprovado nesta quarta-feira no Conselho de Ministros realizado em Roma, que contém a revisão das previsões econômicas e financeiras do governo italiano e que tem que ser apresentado às autoridades da União Europeia (UE) antes do dia 30 de abril.
O governo, que aprovou em dezembro um plano de ajuste de mais de 30 bilhões de euros, estima que em 2013 o déficit público do país cairá até 0,5% do PIB, quatro décimos acima da previsão anterior, e que esse 0,1% previsto para o ano que vem não será alcançado até 2014.
Estas previsões, afetadas por um cenário de piora da recessão econômica, contrastam com as divulgadas ontem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que indicam que a Itália, que fechou 2011 com um déficit público de 3,9% do PIB, não conseguirá enquadrar as contas antes de 2017, com um déficit de 2,4% neste ano e de 1,5% em 2013.
Mas em qualquer caso, a revisão das previsões do governo liderado por Mario Monti não impedirão a Itália - cujo Parlamento aprovou ontem de modo definitivo a reforma que introduz na Constituição a exigência do equilíbrio orçamentário - de cumprir com o pacto de estabilidade europeu.
Quanto às previsões sobre a economia, o Executivo piora suas previsões para o PIB do país em 2012, quando estima que diminuirá 1,2%, contra o 0,4% indicado anteriormente, para crescer em 2013 um leve 0,5%, até chegar ao crescimento de 1% e 1,2% em 2014 e 2015, respectivamente.
Em um relatório que acompanha o DEF, Monti afirma que a Itália sofreu um grande impacto pela crise e que "lhe custa" sair dela, e aposta que o dinheiro arrecadado pela intensificação na luta contra a evasão fiscal seja utilizado para diminuir o nível tributário do país.
"A crise nasce de fatores externos à economia italiana e relacionados com o quadro europeu internacional, mas também pelo fato de que durante muito tempo não foram confrontadas as fragilidades estruturais de nossa economia", declarou o chefe do Governo.
"A crise que vivemos desde 2008 pode ter um impacto durável e profundo sobre o potencial de crescimento da Itália, embora tenhamos evitado um impacto destrutivo", acrescentou. EFE