Lisboa, 4 abr (EFE).- Os juros da dívida portuguesa continuam em alta e apertaram nesta segunda-feira ainda mais o cerco financeiro em torno de Portugal, que já está há duas semanas sob forte pressão dos mercados e sem consenso interno para pedir um resgate financeiro.
O mercado secundário voltou a penalizar hoje os bônus portugueses com novos aumentos das taxas de juros, que no caso dos títulos a dez anos, que servem de referência, subiram para 8,55%, quase cinco pontos básicos mais que a cotação da sexta-feira.
A mais curto prazo a pressão é ainda maior e no caso dos bônus a cinco anos, que ultrapassaram na semana passada a cota de 9%, o juros subiu para 9,78%, três pontos básicos mais que na sexta-feira.
O mercado, preocupado com a crise política portuguesa e a convocação de eleições antecipadas para o dia 5 de junho, só dá um respiro aos títulos do país nos vencimentos de dois e três anos que, com quedas muito leves, se mantêm em 8,69% e 9,24%, respectivamente.
A alta de hoje é a primeira reação à nova redução de qualificações que a agência de qualificação Fitch aplicou na sexta-feira a Portugal, cuja dívida soberana ficou a apenas um passo de ser classificada como "bônus lixo", após um rebaixamento de três níveis que segue a outra de dois aplicada uma semana antes. EFE