Lisboa, 31 mar (EFE).- Os juros de curto prazo da dívida pública de Portugal continuam aumentando sem parar, com duas semanas de altas históricas, e o bônus a cinco anos chegou a atingir nesta quinta-feira 9,18%, em meio às especulações de que o Governo de Lisboa tenha de solicitar resgate financeiro internacional.
Apenas no caso dos títulos a dez anos, que servem de referência, os mercados registram um ligeiro fôlego diante da queda nesta quinta-feira a juros de 8,09%, após terem atingido 8,10% na quarta-feira, resultado de sete dias consecutivos de alta.
Em meio à crise política que vive Portugal pela renúncia do primeiro-ministro José Sócrates, o mercado secundário, segundo fontes portuguesas do setor, castiga também os bônus com prazos de dois e três anos, que registram juros respectivamente de 8,17% e 8,78%, os mais altos desde a criação da zona do euro, em 1999.
O anúncio feito nesta quinta-feira pela agência de classificação de risco Moody's sobre a possibilidade de que voltem a cair as notas de solvência creditícia na zona do euro aumentou também o nervosismo em Portugal.
A Moody's, que rebaixou em dois níveis a nota de Portugal nos últimos dias, advertiu na sexta-feira passada que, por enquanto, não tomaria novas medidas, mas mantinha Portugal em vigilância com perspectiva negativa.
Outra que rebaixou recentemente a nota de Portugal foi a agência Standard & Poor's (S&P), que na terça-feira avaliou a dívida portuguesa em "BBB-", apenas um nível acima da qualificação "bônus lixo".
Seguindo a mesma tendência, a Fitch reduziu em dois níveis a nota da dívida de Portugal na quinta-feira passada, com o mesmo argumento de incerteza política e econômica justificado pela S&P. EFE