Bruxelas, 1 jul (EFE).- O economista alemão Klaus Regling, com
ampla trajetória em instituições como o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e a Comissão Europeia, ocupou hoje seu posto à
frente do fundo europeu de resgate, para o qual foi eleito pelos
Governos do euro há um mês.
A partir de hoje, Regling é executivo-chefe da nova Facilidade
Europeia de Estabilidade Financeira, que faz parte do mecanismo
global de estabilização do euro, estipulado em maio para evitar o
contágio da crise da dívida grega.
"A Facilidade Europeia de Estabilidade Financeira é uma parte
integral do marco para salvaguardar a estabilidade financeira na
Europa. É importante que tenhamos a capacidade financeira e técnica
para fazer nosso trabalho, se for necessário, e eu estou pondo isto
em andamento", disse Regling, em comunicado enviado hoje à imprensa.
A incumbência desta sociedade, com sede em Luxemburgo, é captar
dinheiro barato do mercado, mediante a emissão de dívida garantida
pelos sócios acionistas (os próprios Estados do euro), para
emprestá-lo, por sua vez, aos países que não possam se financiar
normalmente, como aconteceu sucedeu à Grécia, que já está sendo
ajudada embora por outra via.
A facilidade será capaz de lançar bônus garantidos por Estados da
zona do euro no valor de até 440 bilhões, do total de 750 bilhões do
mecanismo de estabilização, para socorrer sócios em dificuldades.
No entanto, a ajuda será submetida a estritas condições impostas
pela Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI,
assim como à aprovação do grupo do euro.
Além do executivo-chefe, a junta que dirigirá a facilidade será
formada por representantes dos 16 Estados-membros da zona do euro,
incluindo vice-ministros e secretários de Estado e diretores gerais
dos departamentos de Finanças, enquanto o BCE e a Comissão Europeia
terão um observador.
Diretor-geral de Economia e Finanças da Comissão Europeia de 2001
a 2008, durante os mandatos dos comissários Pedro Solbes e Joaquín
Almunia, Regling também ocupou cargos importantes no Ministério
alemão de Finanças, assim como no setor privado.
Por enquanto, a facilidade não começou a funcionar e o comunicado
de hoje explica que o marco legal estipulado para a mesma "entrará
em vigor quando tenham completado seus compromissos a respeito da
facilidade pelo menos cinco Estados-membros, que representem pelo
menos dois terços do total de 440 bilhões de euros".
"Uma vez que os compromissos de garantias alcancem os 90% do
total, a facilidade estará autorizada para lançar bônus no mercado",
acrescenta. EFE