Por Steve Scherer
ROMA (Reuters) - O único paciente italiano com Ebola está completamente recuperado e recebeu alta hospitalar nesta sexta-feira, mais de um mês depois de voar para Roma de Serra Leoa, onde trabalhou como médico no tratamento de pessoas infectadas com a doença.
O homem siciliano, de 50 anos, foi identificado apenas com seu primeiro nome, Fabrizio. Ele contraiu o vírus, enquanto trabalhava para o grupo humanitário Emergência durante o pior surto de Ebola já registrado.
"Nos primeiros dias, em parte para manter minha mente ativa, eu tentei examinar cada sintoma que eu experimentava cientificamente", disse Fabrizio a jornalistas em sua primeira aparição pública desde que contraiu o vírus.
"Então veio um momento em que eu perdi a consciência do que se passava a meu redor e não lembro de nada que aconteceu por duas semanas", acrescentou ele, que agradeceu aos que trataram durante sua doença.
Ele disse que após recuperar suas forças deve retornar a Serra Leoa para continuar tratando os infectados pelo Ebola. Acredita-se que os sobreviventes da doença sejam imunes à cepa do vírus que os infectou.
Seu sangue, que contém os anticorpos que combateram o vírus, será enviado a Serra Leoa para ajudar no tratamento, disse um médico que tratou Fabrizio no hospital em Roma.
O vírus segue se espalhando na África Ocidental, especialmente em Serra Leoa, e o número de casos conhecidos globalmente já supera os 20 mil, com 7.905 mortos, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta-feira.