Brasília, 26 jul (EFE).- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, alertou nesta terça-feira para a "acirrada" concorrência na venda de produtos industriais no mercado internacional, denunciou práticas desleais e assegurou que o Brasil não vai se deixar derrotar na guerra cambial.
"Não vamos deixar a guerra cambial nos derrotar com desvalorizações artificiais das taxas de câmbio em outros países", exclamou o ministro, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em Brasília.
As declarações de Mantega - que usa a expressão "guerra cambial" para se referir às práticas que, em sua opinião, alguns países empregam para manter a desvalorização artificial de suas moedas - coincidem com a forte apreciação do real em relação ao dólar.
Desde segunda-feira, a moeda americana é negociada nos menores níveis desde 1999.
"A competição para a venda de manufaturados no mercado internacional está muito acirrada. Existe muita capacidade instalada ociosa no setor, o que leva países a adotarem práticas desleais de concorrência", declarou o ministro.
Ele destacou que o Brasil vai aplicar "medidas importantes" para controlar a entrada de produtos limitados pelas regras antidumping, que se utilizam de práticas de triangulação comercial para burlar as normas contrárias.
Mantega advertiu ainda sobre as consequências do cenário, que são, segundo ele, "políticas monetárias excessivamente expansionistas, desvalorização de moedas e problemas cambiais, além da falta de mercado para as manufaturas".
Na opinião do ministro, o Brasil é um dos países mais preparados para enfrentar os problemas mundiais devido à solidez do mercado interno.
"O que falta no mundo é mercado. O Brasil tem grande vantagem porque construiu um grande mercado interno", advertiu Mantega, que descartou o risco de superaquecimento econômico. EFE