Moscou, 17 set (EFE).- O presidente russo, Dmitri Medvedev,
propôs hoje aos Estados Unidos incluir outros países europeus em um
novo sistema contra a proliferação de mísseis e armas de destruição
em massa.
"Rússia e os Estados Unidos devem ativar a cooperação para atrair
aos europeus e outros países interessados", disse Medvedev, segundo
informaram as agências russas.
Medvedev reagiu assim ao anúncio feito pelo presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, sobre a desistência dos planos
norte-americanos de desmembrar o escudo antimísseis à Polônia e à
República Tcheca, situação considerada por Moscou como uma ameaça
direta a sua segurança.
"As medidas devem levar em conta os interesses e as preocupações
de todas as partes e garantir a própria segurança para todas as
nações no espaço europeu", ressaltou.
Segundo o governante russo, no último encontro dele com o
presidente dos Estados Unidos em Moscou, foi firmado um acordo de
que ambos trabalhariam em conjunto na hora de analisar os riscos de
proliferação de mísseis no mundo.
O chefe do Kremlin considera que o anúncio recente de Obama
demonstra boas condições para o trabalho e se mostrou disposto a
iniciar as consultas a esse respeito.
"Em todo caso, no nosso próximo encontro, em 23 de setembro, em
Nova York, teremos uma oportunidade de trocar pontos de vista sobre
os aspectos da estabilidade estratégica, incluído as armas de
destruição em massa", disse.
Medvedev também enfatizou que avalia "a postura responsável do
presidente dos Estados Unidos na hora de fechar as parcerias".
"Estou disposto a continuar o diálogo", reiterou.
Em resposta ao projetado escudo, Medvedev anunciou no final de
2008 o possível desdobramento de foguetes táticos Iskander no
enclave báltico russo de Kaliningrado, no limite com a Polônia e
Lituânia, países-membros da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan).
O anúncio, em seu primeiro discurso sobre o estado da nação,
coincidiu com a escolha de Obama como novo presidente americano em 5
de novembro de 2008.
Recentemente, Medvedev tinha vinculado diretamente a suspensão do
desdobramento do escudo cerca de suas fronteiras com o êxito das
negociações para a assinatura de um novo acordo de desarmamento
nuclear lançadas em abril com Obama. EFE