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Menina que sobreviveu a queda de avião em Comores é regatada

Publicado 30.06.2009, 14:31

Khaled Abdala.

Sana, 30 jun (EFE).- Uma menina foi resgatada hoje com vida, depois da queda do avião da companhia Air Yemenia, que caiu nesta madrugada no oceano Índico com 153 pessoas a bordo, no percurso entre a capital do Iêmen, Sana, e a das Ilhas Comores, Moroni.

Segundo o vice-presidente da Aviação Civil do Iêmen, Mohammed Abdel-Rahman Abdel Qadir, confirmou em entrevista coletiva, a menina, cuja nacionalidade e idade ainda não foram identificadas, foi transferida para um hospital de Moroni.

O avião, um Airbus 310, da companhia Air Yemenia, que fazia o voo IY-626, saiu de Sana às 18h45 (12h45, no horário de Brasília), onde tinha chegado de Paris.

Às 01h51 (19h51, no horário de Brasília), o avião perdeu contato com a torre de controle e caiu no mar, a somente 30 minutos de seu destino.

A causa do acidente ainda é desconhecida, até o momento, embora o funcionário da aviação iemenita tenha explicado que "as condições meteorológicas eram péssimas".

De fato, Abdel Qadir disse que uma equipe de especialistas iemenitas deslocado para as Ilhas Comores "sofreu grandes dificuldades para aterrissar", devido ao mau tempo.

Das 153 pessoas que viajavam a bordo da aeronave, 11 eram membros da tripulação: seis iemenitas - o piloto, o copiloto, um técnico e três aeromoças -, dois marroquinos, um filipino, um etíope e um indonésio.

Além disso, havia 54 cidadãos de nacionalidade comorense, 26 franceses, um palestino e um canadense, confirmou Abdel Qadir.

No entanto, o ministro francês de Assuntos Exteriores, Bernard Kouchner, assegurou que 66 pessoas que estavam a bordo do avião eram francesas.

Abdel Qadir disse que três corpos já foram resgatados e que uma equipe de investigação iemenita e comorense foi criada, junto com a França.

Por outro lado, o secretário de Estado de Transportes da França, Dominique Bussereau, afirmou que a Direção Geral de Aviação Civil francesa (DGAC) tinha constatado "um número de defeitos" no avião.

No entanto, o ministro dos Transportes iemenita, Khaled al-Wazir, disse à emissora "Al Jazira" que "em 2007 só foram detectadas imperfeições interiores no avião, como nos assentos, logo, o aparelho não tinha nenhum problema para voar".

Também disse que, em maio, o aparelho foi submetido a um exaustivo teste, mas não detectou nenhuma irregularidade.

Al-Wazir acrescentou que o aeroporto de Sana aplica "medidas rígidas a todos os aviões que aterrissam ali".

Abdel Qadir disse ainda que o avião foi submetido a uma revisão geral no dia 2 de maio, na capital iemenita e que, em 2007, inspetores europeus detectaram defeitos, mas que não afetavam a navegabilidade da aeronave, por isso seu uso foi permitido.

O representante da Aviação Civil do Iêmen negou que o piloto tenha se salvado da tragédia, como foi publicado por alguns veículos de comunicação.

A companhia iemenita usava o avião desde outubro de 1999, segundo um comunicado divulgado pela Airbus, no qual a fabricante de aeronaves afirma que o avião saiu foi produzido em 1990.

Segundo a companhia, o aparelho contava com 51.900 horas de voo, em 17.300 trajetos.

O acidente de hoje aconteceu quase um mês depois que outro Airbus, um A-330 da Air France com 228 ocupantes, caiu no Atlântico, quando ia do Rio de Janeiro a Paris, no dia 1º de junho.

Desde 1990, pelo menos 20 acidentes com aviões Airbus foram registrados no mundo e em cinco deles o número de mortos superou os 200.

O mais grave ocorreu no dia 26 abril de 1994, quando 264 pessoas morreram depois da queda de um modelo A300-600R, da companhia taiuanesa China Airlines, no aeroporto de Nagóia, no Japão. EFE

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