Merkel abre Fórum de Davos com defesa de maior integração europeia

Publicado 25.01.2012, 18:35

Arantxa Iñiguez.

Davos (Suíça), 25 jan (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, pediu nesta quarta-feira aos países-membros da União Europeia (UE) que intensifiquem a integração do bloco para garantir o futuro do projeto, diante da crise da dívida soberana e da ameaça de recessão econômica no continente.

No discurso de abertura oficial do Fórum Econômico Mundial 2012, realizado na cidade suíça de Davos, Merkel disse que os países europeus devem se mostrar dispostos a "ceder mais competências à Europa" para garantir o futuro do projeto.

A governante ressaltou que a crise financeira e econômica internacional aguçou os problemas estruturais da Europa, que não teriam surgido com a rapidez testemunhada se houvesse uma evolução contínua da integração continental. Segundo ela, esses problemas provocaram a queda da credibilidade do continente, especialmente na zona do euro.

Merkel considerou que, no futuro, a Comissão Europeia (órgão executivo da UE) funcionará como um governo central do bloco. Ela se mostrou confiante de que "quase todos os países europeus estejam na zona do euro, não todos, mas quase todos" - referindo-se a nações como Reino Unido e Dinamarca, sempre reticentes a aderir à moeda comum.

A chanceler alemã pediu a alguns países europeus que melhorem sua competitividade, ao mesmo tempo em que se comprometeu a manter o princípio de solidariedade na UE. Ela garantiu o compromisso da Alemanha para enfrentar a crise do bloco, mas advertiu sobre o perigo de se sobrecarregar Berlim no processo de saneamento da zona do euro.

Assim, a chanceler rejeitou que a Alemanha assuma ainda mais responsabilidades para ajudar na superação da crise, já que, embora o país seja a maior economia da Europa e seja "grande e forte", não pode prometer coisas que não conseguirá cumprir. Não faz sentido para Merkel dobrar as contribuições à zona do euro, pois isso, para ela, é algo que não é sustentável e crível.

A chefe de governo alemã lembrou as recentes tensões nos países europeus, mas expressou otimismo em conseguir superá-las.

O magnata americano de origem húngara George Soros, presidente do fundo de alto risco Soros Fund Management, se mostrou muito crítico em Davos com o papel da Alemanha e ressaltou que os cortes de gastos públicos e as reformas estruturais por si sós não serão a solução, mas "causarão tensões econômicas e políticas que podem destruir a UE".

A 42ª edição do Fórum Econômico Mundial, que ocorre em meio a níveis recordes de neve em Davos nos últimos 66 anos - com neve acima de um metro e meio -, começou com uma clara preocupação quanto à criação de emprego e ao crescimento econômico mundial.

O Fórum de Davos reconhece a severa crise que atinge o sistema capitalista e a necessidade de se realizar transformações e encontrar novos modelos.

Cerca de 2,6 mil líderes políticos, empresários e intelectuais, assim como representantes da sociedade civil, se reunirão em Davos até o próximo domingo para buscar soluções à atual crise da dívida nas economias industrializadas.

O fundador do Fórum, o suíço Klaus Schwab, destacou que Davos representa nesses dias o "sanatório do mundo", em referência a uma cidade que no passado foi um balneário onde se reuniam pessoas endinheiradas de vários países da Europa para se discutir doenças como a tuberculose.

Já os opositores ao Fórum Econômico Mundial fizeram manifestações nas proximidades dos prédios onde ocorrem os congressos - um grupo antiglobalização chegou a construir iglus em Davos, uma cidade que nesses dias está vigiada por 5 mil soldados e centenas de policiais. EFE

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