Túnis 14 fev (EFE).- Mais de três mil pessoas se reuniram nesta segunda-feira na avenida Habib Bourguiba, no centro de Túnis, para festejar o primeiro mês da queda do presidente Zine el-Abidine Ben Ali, em 14 de janeiro.
Os participantes do ato, em sua maioria casais jovens, se reuniram na principal via do país para celebrar, segundo expressaram, o denominado "Dia da Santa Revolução", em vez do tradicional Dia dos Namorados, comemorado no Dia de São Valentim.
Muitos levavam ramalhetes de rosas e corações vermelhos com a frase "Eu amo a Tunísia" escrita em inglês.
Na escadaria do Teatro Municipal, o novo slogan acompanhava grandes fotografias de Mohammed Bouazizi, o jovem que queimou o próprio corpo em 17 de dezembro na região de Sidi Buzid e se transformou no estopim da revolta social no país.
As bandeiras palestina e egípcia balançavam junto a centenas de corações vermelhos e de jovens de ambos os sexos que cantavam "Eu amo a Tunísia", enquanto outros entoavam estrofes do hino nacional.
Alguns casais de namorados entregaram ramalhetes de flores e globos coloridos aos militares que permanecem em seus postos de fiscalização na avenida ou depositaram os presentes nos carros de combate.
Inúmeras câmeras de televisão de canais internacionais realizam entrevistas com os participantes do ato, que afirmam preferir trocar "o dia de São Valentim pelo da Santa Revolução".
Além disso, nesta segunda-feira comemorativa, várias caravanas solidárias saíram das principais vilas litorâneas em direção às regiões do interior onde a revolução foi iniciada.
Segundo fontes dos sindicatos de Le Kef, cidade na fronteira com a Argélia, uma caravana procedente de vários pontos do país chegou nesta segunda-feira com alimentos, roupas e remédios que estão sendo distribuídos entre os necessitados da cidade.
"É em memória aos mártires, e em agradecimento a todos os que contribuíram para o triunfo da revolução e a queda do antigo regime, que hoje saímos às ruas", afirmou Othman Uneis, um dos organizadores das manifestações. EFE