Luxemburgo, 7 jun (EFE).- Os ministros de Finanças da zona do
euro esperam chegar hoje a um acordo sobre os detalhes técnicos do
mecanismo de estabilização financeira criado há um mês para auxiliar
os países que correm risco de insolvência.
O mecanismo, uma das principais ferramentas destinadas a devolver
a estabilidade à zona, poderia mobilizar até 750 bilhões de euros
somando as contribuições do orçamento comunitário (60 bilhões), de
uma facilidade financeira europeia especial (440 bilhões) e do Fundo
Monetário Internacional (250 bilhões).
Os últimos trabalhos se concentram em colocar a ferramenta,
concebida como uma sociedade instrumental de caráter temporário
(Special Purpose Vehicle - SPV), em funcionamento.
"Os detalhes do SPV serão anunciados esta tarde", disse hoje Guy
Schuller antes do começo da reunião. Ele é porta-voz do presidente
do Eurogrupo e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli
Rehn, também se mostrou confiante de que se anuncie hoje um acordo
definitivo.
Os ministros de Finanças da União Europeia (UE) concordaram no
dia 9 de maio com o acionamento da ferramenta que tem como objetivo
frear o risco de um contágio da crise da dívida pública grega a
outros Estados com déficit elevado, como a Espanha e Portugal.
O mecanismo terá seu domicílio fiscal em Luxemburgo.
A ideia é que ele utilize a garantia dos Estados participantes
(os membros do euro) para obter do mercado financiamento a bom preço
mediante a emissão de eurobonos.
Este dinheiro seria, por sua vez, emprestado aos países em
dificuldades.
Outra possibilidade é que o mecanismo outorgue sua garantia, que
espera-se que receba a qualificação máxima AAA, às emissões de
dívida que os países com problemas sigam lançando a fim de baratear
seus custos de refinanciamento.
Está decidido que a facilidade conte com um pequeno número de
empregados e que seja apoiada tecnicamente pelos serviços do Banco
Europeu de Investimentos (BEI), a instituição de crédito da UE a
longo prazo que conta com uma ampla experiência e irrepreensível
reputação nos mercados internacionais.
Entre os detalhes que ainda não foram discutidos está a
composição de sua estrutura de gestão e a nomeação de um
executivo-chefe. EFE