O dólar fechou em baixa nesta quinta-feira, 1º, seguindo ainda comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, que falou sobre a diminuição do ritmo da alta de juros em breve, e de Michelle Bowman, dirigente da instituição que se pronunciou hoje. Mais para o fim do dia, outro diretor do Fed, Michael Barr, falou em linha similar.
O índice DXY caiu 1,15%, aos 104,728 pontos. Ao fim da tarde, o dólar caía a 135,25 ienes, o euro avançava a US$ 1,0528 e a libratinha alta a US$ 1,2246.
Ontem, Powell afirmou que a autoridade monetária americana não pretende apertar demais as condições financeiras dos Estados Unidos uma vez que o Fed não pretende iniciar um corte de juros em breve. A ideia de uma redução no ritmo de juros também foi mencionada hoje por Bowman, que, apesar de prever alta nos juros, indicou que seria necessário "reduzir o ritmo" do aperto.
Segundo análise da Convera, uma perspectiva menos agressiva para a política do Fed deixou o dólar cada vez mais vulnerável, já que seus grandes aumentos nas taxas ajudaram a impulsionar sua alta para máximas de duas décadas.
A análise indica que o índice DXY "flertou com mínimas de quatro meses depois que a inflação mais baixa nos EUA cimentou um caminho menos agressivo para a política do Fed". Ainda, dados de auxílio desemprego, PMI industrial e investimentos em construção também guiaram os negócios do câmbio nesta sessão.
O iene, por sua vez, ganhou força depois que Naoki Tamura, do Banco do Japão (BoJ), afirmou à Bloomberg que o país deve conduzir uma revisão das políticas monetária e de inflação "em breve, ou um pouco mais tarde". Tamura é o primeiro membro do conselho a abertamente discutir a possibilidade de mudança, o que, para observadores do BoJ, é um prenúncio para novos movimentos.
Já o euro subiu para as máximas da semana em relação ao dólar, mesmo após dados europeus mistos, incluindo PMI industrial da zona do euro, que apesar de ter subido, ainda indica contração, e com a fala do dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Yannis Stournaras, que defendeu ao jornal Handelsblatt que o BC europeu deve ter em conta o risco de uma crise econômica em sua política monetária.
De acordo com a Convera, a libra subiu hoje às máximas desde meados de agosto, apesar de dados do PMI industrial do Reino Unido, liberados hoje, indicarem também uma contração em novembro. "O ritmo de declínio foi atualizado para um ritmo mais lento, o que foi suficiente para aliviar as preocupações de crescimento negativo da libra", afirma ela.