O dólar se valorizou ante o iene e a libra, enquanto oscilou perto da estabilidade em relação ao euro. A moeda do Japão continua pressionada, após nesta segunda-feira o dólar renovar máximas desde 1990 diante do iene, enquanto a divisa do Reino Unido atingia mínimas em cinco meses.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 154,83 ienes, o euro estava estável, em US$ 1,0655, e a libra tinha baixa a US$ 1,2354. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,07%, a 106,077 pontos.
Em relação ao iene, o ING acredita que será preciso ver se as autoridades do Japão estabelecerão um nível como marca para uma potencial intervenção, caso o dólar avance à marca dos 155 ienes. O banco também comenta, em relatório a clientes, que nos próximos dias indicadores devem retomar o papel de principal driver dos mercados, após dias de precificação de algum risco político. Uma leitura forte do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos EUA, por exemplo, tenderia a manter o impulso do dólar, evitando que ele perca muita força, adianta o ING.
Na Europa, o índice de confiança do consumidor na zona do euro avançou a -14,7 na preliminar de abril, ante previsão de -14,6 dos analistas ouvidos pela FactSet. A agência oficial de estatísticas da União Europeia, Eurostat, ainda publicou números atualizados que mostram queda na relação entre dívida e PIB dos países da zona do euro, de 90,8% em 2022 a 88,6% no fim de 2023 na região da moeda comum.
Estrategista-chefe da Avenue, William Castro Alves nota que houve um movimento recente de aversão ao risco global, que pesou em moedas emergentes. Segundo ele, o contexto, que inclui o recuo recente do real, aponta para um movimento global, portanto.
A XP (BVMF:XPBR31) ainda comentava que a demora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em cortar juros pressionava moedas e demandava cautela de bancos centrais na América Latina. Para a XP, o início da redução das taxas pelo Fed pode vir apenas em dezembro, e essa postura limita o afrouxamento monetário latino-americano.