O dólar se desvalorizou na comparação com boa parte das moedas globais nesta quinta-feira, diante da avaliação de que a desaceleração da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos deve corroborar um aperto menos agressivo por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) daqui para frente.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou em baixa de 0,91%, a 102,246 pontos. Perto do fechamento das bolsas de Nova York, o euro avançava a US$ 1,0848 e a libra, a US$ 1,2210.
O CPI dos EUA recuou 0,1% em dezembro ante novembro nos EUA, segundo informou hoje o Departamento do Trabalho. O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das estimativas de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, que previam estabilidade do indicador. Na comparação anual, o avanço foi de 6,5%, uma desaceleração em relação ao ganho de 7,1% de novembro.
O dado impôs forte pressão ao dólar e as perdas se intensificaram ao longo da tarde, em meio a declarações de dirigentes do Fed. O presidente da distrital do BC americano na Filadélfia, Patrick Harker, expressou hoje apoio a um aumento mais brando de 25 pontos-base na próxima reunião. O líder da regional de Richmond, Thomas Barkin, por sua vez, indicou que pode haver um ritmo mais "gradual" de arrocho monetário.
De acordo com o analista Joseph Manimbo, da Convera, a tendência de que o Fed reduza o ritmo de alta de juros deve pesar sobre o câmbio. "O dólar pode ter sua queda desacelerada, dado que a inflação ano a ano - tanto a manchete quanto o núcleo - não surpreendeu para o lado negativo", pondera.
Entre outros destaques no mercado cambial, o dólar recuava a 129,29 ienes, após relatos na imprensa japonesa de que o Banco do Japão (BoJ) revisará os efeitos colaterais de sua política monetária na semana que vem. Para o TD Securities, a notícia sinaliza mudanças na política de controle da curva de juros, o que seria positivo à moeda local. "Esperamos iene a 122 por dólar neste trimestre", prevê.
Entre emergentes, o dólar avançava a 181,0634 pesos argentinos, após dados indicarem aceleração da inflação na Argentina em dezembro.