O dólar recuou nesta quinta-feira, 9, ante outras moedas fortes, como o euro e a libra, sob pressão após o dado semanal de pedidos de auxílio-desemprego. A leitura mais forte que o prevista do indicador reforçou expectativas de Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) menos duro, embora entre os dirigentes a postura cautelosa tenha se mantido. A libra, por sua vez, chegou a recuar após o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manter juros, mas retomou fôlego. Entre emergentes, o peso mexicano ganhou um pouco de fôlego, após o Banco Central do México (Banxico) manter juros, como esperado, e ajustar para cima expectativas de inflação.
No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 155,44 ienes, o euro subia a US$ 1,0783 e a libra tinha alta a US$ 1,2525. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,30%, a 105,227 pontos.
Os pedidos de auxílio-desemprego subiram 22 mil na semana nos EUA, a 231 mil, quando analistas ouvidos pela FactSet previam 213 mil. Na avaliação da Oxford Economics, o dado não é motivo para "pânico" e um enfraquecimento do mercado de trabalho ficaria mais claro apenas se os níveis das solicitações seguirem elevados nas próximas semanas. Para a consultoria, o dado de hoje não alterava as perspectivas para o Fed, que tem maior foco na inflação neste momento.
No mercado cambial, porém, o dólar sofreu alguma pressão para baixo após o dado. Entre dirigentes do Fed, a presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, considerou que a política monetária atual é restritiva nos EUA, mas acrescentou que levará tempo até a inflação chegar à meta de 2%. Daly reiterou que as decisões de juros dependerá dos dados e do cenário.
Na Europa, a libra chegou a recuar, após o BoE manter juros, como amplamente esperado, mas voltar a sinalizar que pode cortá-los adiante, reforçando que não precisa esperar o Fed agir. Mais adiante, a libra retomou impulso e registrou ganho.
Entre emergentes, o peso mexicano ganhou força, após o Banxico manter juros em decisão unânime, em 11%, mas dizer em seu comunicado que há uma "perspectiva de que os choques inflacionários levem mais tempo para se dissipar", com ajuste para cima nas expectativas de inflação geral e do núcleo nos próximos seis trimestres. No horário citado, o dólar recuava a 16,8030 pesos mexicanos.