O índice DXY do dólar, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, caiu nesta quarta-feira, 7, em meio à melhora do sentimento de risco nos mercados. No foco, esteve a divulgação do Livro Bege do Federal Reserve (Fed).
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 143,81 ienes, o euro subia a US$ 1,0007 e a libra tinha leve alta a US$ 1,1532, enquanto o índice DXY perdeu 0,34%, a 109,840 pontos.
O Livro Bege trouxe que, embora a inflação nos Estados Unidos permaneça em níveis "altamente elevados", nove entre 12 distritos do Fed relataram algum nível de moderação no ritmo de aumento dos preços, o que deu impulso ao sentimento de risco, prejudicando a divisa americana. "Um dólar mais fraco pode ser um catalisador importante para estabelecer uma forte recuperação nas ações no mínimo", escreveu Quincy Krosby, estrategista-chefe global da LPL Financial.
Apesar disso, o presidente da distrital em Richmond, Thomas Barkin, disse que o banco central dos EUA deve elevar as taxas de juros a um nível que restrinja a atividade econômica e mantê-las assim até que esteja convencido de que a inflação desenfreada está diminuindo. Enquanto a presidente da distrital de Boston, Susan Collins, afirmou hoje que "ainda há mais a fazer" no aperto da política monetária nos Estados Unidos. Também no tom hawkish, de Cleveland, Loretta Mester, afirmou que será necessário elevar o juro nominal nos Estados Unidos "acima de 4%" no próximo ano e "mantê-lo lá". Durante evento virtual da MNI, a dirigente disse que não projeta neste momento que os juros possam ser cortados em algum momento de 2023.
"O dólar pode ter um último grande rali antes que o mercado possa começar a fazer algumas apostas de longo prazo com algumas das moedas europeias. A próxima decisão do Banco Central Europeu (BCE) será um momento decisivo que irá desencadear um salto em direção à paridade ou fornecer uma passagem clara para 0,9750", analisa Edward Moya, da Oanda.
Já o iene continua em espiral de perdas, sendo que o dólar chegou a atingir a marca de 145 ienes, no maior nível desde agosto de 1998. O ministro das finanças do Japão, Shunichi Suzuki, expressou hoje preocupação com a desvalorização da divisa. "Tomaremos as medidas necessárias se isso continuar", disse. O secretário-geral do Gabinete do país, Hirokazu Matsuno, também fez comentários semelhantes, segundo a Reuters. O iene tem sido penalizado pela crescente divergência entre o movimento global de aumento de juros e a política monetária frouxa do Banco do Japão (BoJ).
O dólar canadense, por sua vez, subiu ante o dólar, após o Banco do Canadá (BoC) subir a taxa básica de juros em 75 pontos-base, a 3,25% ao ano, em linha com a expectativa do mercado. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 1,3118 dólares canadenses, de 1,3149 dólares canadenses no fim da tarde ontem.