La Paz, 28 dez (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta terça-feira que manterá a alta do preço dos combustíveis, após o fracasso da greve dos motoristas que pedia a anulação da medida, enquanto a Central Operária Boliviana convocou uma "mobilização permanente" para esta semana.
Morales assegurou que o aumento se trata de um "nivelamento" do preço dos combustíveis na Bolívia com relação aos países vizinhos, onde continua um pouco mais alto.
Morales ainda rejeitou que a medida se deva ao "fracasso" de sua política econômica e da nacionalização petroleira decretada há quatro anos, como especulam opositores e analistas.
O presidente boliviano disse que se viu "obrigado" a tomar a decisão porque seu país perde a cada ano US$ 150 milhões por contrabando de combustíveis voltado a Argentina, Brasil e Peru. Além disso, o reajuste tem o objetivo de incentivar a produção de combustíveis líquidos.
Há sete anos, o barril de petróleo custava US$ 27 na Bolívia, menos de um terço do seu atual preço internacional. O Governo do país decidiu subir o valor para US$ 59, informou a Câmara de Hidrocarbonetos.
Os sindicatos de motoristas abandonaram nesta terça-feira a greve geral e indefinida iniciada na segunda, mas uma assembleia de sua confederação determinou uma nova greve na quinta-feira, em apoio a manifestações marcadas para este dia.
Outra assembleia convocada pela Central Operária Boliviana (COB) convocou seus filiados para uma "mobilização permanente" esta semana para rejeitar o decreto, mas ainda não determinaram o dia de sua principal mobilização.
O prefeito de La Paz, Luis Revilla, convocou uma marcha para quinta-feira para pedir a anulação do decreto.
Junto à alta no preço dos alimentos, o reajuste dos combustíveis traz à tona o temor da elevação da inflação, que em novembro ficou em 5,32% (inflação dos últimos 12 meses), superando a meta anual oficial de 4,5%. EFE