La Paz, 1 jan (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, negou neste sábado que a alta dos combustíveis decretada no domingo passado e que nesta sexta-feira precisou ser anulada pela pressão social tenha sido um "erro", mas disse que foi apresentada em um momento "inoportuno".
Em entrevista coletiva na cidade de Cochabamba, o líder reiterou sua defesa da alta dos combustíveis para a melhora da economia boliviana, mas explicou que a revogação do decreto obedeceu a "voz do povo".
"O povo me deu razão, me escutou, mas também me ensinou que os setores mais pobres ainda não podem resistir a essa medida", sustentou Morales, que suspendeu sua viagem ao Brasil para participar da posse da presidente Dilma Rousseff pela onda de protestos que o decreto suscitou na Bolívia.
O governante atribuiu a "confusões e falta de informação" a rejeição ao decreto "de nivelamento do preço dos combustíveis", já que era uma medida que poderia atenuar os problemas na economia do país.
"Ninguém me enfrentou com argumentos para rejeitar este decreto. Temos razão", ressaltou Morales.
No entanto, afirmou que era uma medida "dura" que as pessoas "não podiam resistir", mas que no futuro irá beneficiar o povo boliviano.
"Que lindo é escutar o povo, que lindo é aprender com o povo, que lindo é obedecer o povo. Só obedeci, mas cedo ou tarde o povo se dará conta, porque sabe que é uma medida para o bem das novas gerações", concluiu o líder.
A anulação do decreto de alta de preços dos principais combustíveis, entre 57% e 82%, aconteceu perto da meia-noite de sexta-feira após uma semana de violentos protestos em todo o país pelo aumento do custo de tarifas de transporte e alimentos. EFE