No Fórum de Davos, EUA apostam no crescimento e Europa na redução da dívida

Publicado 28.01.2011, 17:58

Arantxa Iñiguez.

Davos (Suíça) 28 jan (EFE).- Europa e EUA apresentaram nesta sexta-feira no Fórum Econômico de Davos diferentes prioridades em suas estratégias políticas e econômicas para não frear seus respectivos crescimentos, ainda acompanhados de incertezas.

Enquanto a Europa parece estar unida no objetivo de reduzir o elevado endividamento público, que fez com que os mercados penalizassem a dívida soberana dos países periféricos, os EUA apostam em impulsionar seu atual crescimento sem reduzir a despesa.

A chanceler alemã, Angela Merkel, saiu em defesa do euro e, ao contrário do que fez no ano passado, quando a União Europeia (UE) precisou resgatar a Grécia, mostrou a disposição da Alemanha de se solidarizar com os países que atravessam dificuldades, mas com condições.

Merkel rejeitou a ideia de que exista uma crise do euro, mas reconheceu que a zona do euro atravessa uma crise de endividamento.

Em seu discurso no Fórum Econômico de Davos, Merkel disse que "se o euro fracassar, fracassa a Europa".

A governante alemã lembrou os atuais movimentos especulativos contra o euro e insistiu que estes estão baseados em oportunidades realistas que se apoiam no elevado endividamento de alguns países da zona do euro.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, também disse que a prioridade econômica da União Europeia (UE) é "acabar com o fantasma das maciças dívidas soberanas" e impulsionar o crescimento econômico.

Cameron quis dar uma mensagem de otimismo e confiança para a economia europeia contra o atual pessimismo dos mercados financeiros e as críticas dos céticos.

"A dívida governamental média na UE é de quase 80% do Produto Interno Bruto (PIB)", lembrou Cameron.

Alguns países europeus pediram empréstimos neste ano no valor de 5%, 6% e 7% do PIB, e no caso do Reino Unido de até 10%, algo que o primeiro-ministro qualificou de "insustentável".

Cameron apostou na economia e no investimento para que a economia do Reino Unido, que se contraiu 0,5% no último trimestre de 2010, volte a crescer.

"Uma economia que não se baseie no consumo e na dívida, mas na economia e no investimento; que não se baseie no gasto público, mas no dinamismo empresarial; que não se baseie em uma indústria em um cantinho do país, mas em todos os nossos negócios, em todas as nossas regiões com um nova ênfase nas indústrias, exportações e comércio", é a receita econômica proposta por Cameron para o Reino Unido.

Acrescentou que "conseguir isto não vai ser fácil" e que a recuperação econômica do Reino Unido levará tempo e trabalho até que surtam efeitos.

Os EUA, que sofrem de um imenso déficit fiscal e lutam contra um desemprego de 10%, observam que sua economia registra uma expansão sustentável, mas que ainda não é alta.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, disse que a confiança na maior economia do mundo está crescendo, mas descartou que o desemprego seja reduzido rapidamente.

Por sua vez, Geithner assegurou que existe um reconhecimento de que a posição fiscal dos EUA é "insustentável" e que o Governo de Barack Obama tem capacidade política para fazer frente ao problema em breve.

Geithner rejeitou as pressões para que os EUA reduzam suas despesas, argumentado que isso enfraqueceria a reação da economia, que cresceu 3,2% no quarto trimestre do ano passado.

Um corte drástico e rápido na despesa não seria uma forma responsável de reduzir o elevado déficit fiscal dos EUA, segundo o secretário do Tesouro.

Geithner é o primeiro-secretário do Tesouro americano a participar do Fórum de Davos nos últimos 11 anos, em um momento em que os EUA foi muito criticado por seu imenso déficit fiscal, que alcançará em 2011 o número recorde de US$ 1,5 trilhão, 9,8% de seu Produto Interno Bruto (PIB). EFE

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.