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No geral, bancos europeus superam testes de solvência

Publicado 23.07.2010, 17:21

Londres, 23 jul (EFE).- A maior parte dos grandes bancos europeus superou os testes de solvência em circunstâncias extremas aos quais foram submetidos pelo Comitê Europeu de Supervisores Bancários (CEBS, na sigla em inglês) para avaliar sua capacidade de resposta a uma eventual nova recessão.

O CEBS avaliou 91 bancos, dos quais sete suspenderam os testes ao constatar que não poderiam superar os critérios estabelecidos pelo órgão europeu para a superação de um cenário de séria deterioração econômico.

Dessas sete entidades bancárias, cinco são cadernetas de poupança espanholas que tinham pedido ao Fundo de Reestruturação e Ordenação Bancária (FROB) para se fundir: Cajasur, Diada, Espiga, Banca Cívica e UNNIM.

Os outros dois bancos são o alemão Hypo Real Estate Holding (nacionalizado) e o grego ATEbank (Agricultural Bank of Greece).

No total, estas entidades precisam de 3,5 bilhões de euros para alcançar os índices mínimos no final de 2011 em um cenário de forte deterioração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e do desemprego, e de uma crise de dívida soberana como a sofrida recentemente pela Grécia.

Após apresentar o relatório, o vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Vitor Constancio, destacou que os resultados demonstram "a resistência e capacidade de recuperação" dos bancos da zona do euro após a crise do final de 2008.

"O cenário (do teste) foi severo e muito completo, e demonstra a resistência e capacidade de recuperação do setor bancário europeu", disse Constancio em entrevista coletiva concedida na sede do CEBS, em Londres.

Constancio disse que o teste, o segundo realizado na União Europeia (UE), é "um dos mais extensos e mais severos jamais feitos nos países desenvolvidos", e lembrou que os cenários usados para comprovar a resistência bancária são "muito improváveis".

"Só há 5% de chance que ocorra o pior dos cenários, algo que devemos comparar com 15% de probabilidade que se deu no caso de um teste similar nos Estados Unidos", destacou.

Constancio argumentou que um cenário de moratória em um país não foi levado em conta porque "não achamos que vá haver suspensões de pagamentos por parte de algum país".

"A moratória é algo que não foi assumido em nenhuma prova feita em nenhum lugar sobre dívida soberana", acrescentou o vice-presidente do BCE.

"Se os mercados querem saber qual seria o impacto nos bancos de uma moratória nacional, devem fazer eles mesmos o cálculo com os dados previstos", afirmou.

O presidente do CEBS, Giovanni Carosio, reconheceu que os 3,5 bilhões de euros necessários para recapitalizar as entidades suspensas é menor que o esperado pelos investidores e explicou que isso "tem a ver com o que se fez em meses recentes para recapitalizar os bancos espanhóis, que já receberam mais de 10 bilhões de euros".

Marco Buti, diretor-geral para assuntos econômicos e financeiros da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), anunciou que começa agora um processo no qual os bancos que não superaram o teste "terão que ser recapitalizados por diversos meios, preferivelmente por meio dos mercados, mas sem descartar a ajuda pública".

Neste sentido, o BCE pediu aos bancos comerciais para reforçar seu capital próprio no setor privado ou com as facilidades colocadas à disposição pelos países da zona do euro.

O setor financeiro espanhol é o que mais reprovações registrou na prova de solvência. Apesar disso, o governador do Banco da Espanha, Miguel Ángel Fernández Ordóñez, ressaltou que o chamado 'teste de estresse' confirma a solidez do setor bancário do país.

Fernández Ordóñez evitou comparações com outros países e lembrou que a Espanha foi o único que submeteu todo o seu sistema bancário ao teste.

Da Alemanha, o banco Hypo Real Estate se apressou a diminuir a importância de sua reprovação e destacou que cumpre os mínimos legais em todos os cenários legalmente exigidos.

Outro país que estava na mira era a Grécia, cujo Governo se mostrou satisfeito com a aprovação de cinco dos seis bancos submetidos aos testes de solvência e que representam 90% dos ativos do sistema bancário.

"Os resultados da prova de solvência são positivos e demonstram que o sistema bancário grego pode responder inclusive sob condições muito piores às atuais", afirmou o ministro das Finanças grego, Giorgos Papaconstantinou, em comunicado.

O reprovado ATEbank anunciou que fará uma ampliação de capital de pelo menos 250 milhões de euros, superior à quantidade que motivou a suspensão da prova, e da qual o Governo grego pretende participar. EFE.

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