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"Nova GM" está pronta para ser lançada, após decisão de tribunal de N.York

Publicado 09.07.2009, 18:09
Atualizado 09.07.2009, 18:35

Washington, 9 jul (EFE).- A Justiça americana rejeitou hoje o que era o último obstáculo para que a "Nova GM" começasse a funcionar, o que evitará a liquidação da companhia que, durante décadas, foi a maior fabricante de automóveis do mundo.

O juiz Lewis Kaplan, do Tribunal do Distrito de Nova York, rejeitou uma apelação contra a venda dos ativos da General Motors (GM) à "Nova GM", o que permitirá que o fabricante de automóveis saia da concordata nas próximas horas, segundo fontes judiciais.

O presidente da GM, Fritz Henderson, deve anunciar amanhã às 09h (10h, horário de Brasília), de Detroit, o nascimento da nova companhia, que será nomeada General Motors Company (GMC).

Na segunda-feira, Henderson escreveu em seu blog que espera que "a venda seja feita o mais rápido possível, depois que o processo de apelação for completado, no final desta semana, e que a nova GM seja operacional e totalmente competitiva".

"Agora as regras estão quase terminadas e estamos levando a companhia outra vez ao caminho da viabilidade e do êxito. Estamos prontos para o desafio e preparados para montar automóveis assim que pudermos", acrescentou o diretor.

A "Nova GM" será uma companhia híbrida, como os veículos com os quais Henderson espera reconquistar o mercado americano no futuro, depois de anos que a GM baseou toda sua estratégia em grandes veículos que consumiam enormes quantidades de combustível.

A GMC será controlada pelo Governo americano, com participação de 60,8% na empresa, enquanto as autoridades canadenses possuirão outro 11,7%.

Estas participações são consequência direta dos US$ 60 bilhões que os dois países emprestaram em conjunto ao fabricante de automóveis, durante todo o processo de reestruturação.

Além disso, o sindicato United Auto Workers (UAW) possuirá 17,5% da companhia e os credores da GM terão os 10% restantes. Estes dois grupos poderão aumentar sua participação posteriormente, para 20% e 25%, respectivamente.

Apesar de sua posição majoritária no capital da GMC, Washington já assinalou que não pensa em se envolver na gestão do fabricante de automóveis e que sairá da empresa assim que puder, o que poderia acontecer em 2010.

A GMC também será uma firma muito menor que sua antecessora, devido à eliminação de dezenas de milhares de postos de trabalho, o fechamento de dezenas de plantas de produção e 2.500 concessionários nos EUA e a eliminação de quatro de suas oito marcas de automóveis.

Para garantir a sobrevivência da "Nova GM", Henderson teve que eliminar as marcas Saab, Saturn, Hummer e Pontiac. Enquanto isso, na Europa, as negociações para a venda de uma participação majoritária da Opel continuam.

O principal ativo da GMC será a marca Chevrolet, a de maiores vendas nos EUA e que produzirá o modelo Volt, no ano que vem, um automóvel elétrico, com o qual pretende revolucionar o setor automotivo mundial.

Além da Chevrolet, a nova empresa será formada pelas marcas Cadillac, Buick e GMC.

A rápida saída da concordata da GM (o fabricante se declarou em quebra no dia 1º de junho, enquanto sua antiga subsidiária Delphi abriu concordata em outubro de 2005) é um triunfo para a administração do presidente americano, Barack Obama.

O Grupo Presidencial do Automóvel (GPA), criado por Obama para supervisionar a reestruturação do setor, apostou que o futuro da GM, assim como o da Chrysler, passaria por uma rápida reestruturação sob a supervisão dos tribunais, uma opção à qual se opôs o antigo presidente da companhia, Rick Wagoner.

Depois de somente 39 dias em concordata, a GMC emergiu das cinzas da antiga GM para alívio de Henderson e a administração de Obama, graças ao juiz Robert Gerber, do Tribunal de Falência de Nova York, que aceitou todos os pedidos do Governo e da empresa.

Ao autorizar a venda dos ativos rentáveis da GM à GMC, Gerber raciocinou que a empresa "não pode sobreviver com continuas perdas e a falta de liquidez associada e sem o financiamento governamental que vencerá em poucos dias".

"E não há opções para esta venda, especialmente uma baseada na noção de que a companhia poderia sobreviver ao processo de negociações e litígios", disse o juiz. EFE

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