Washington, 14 mai (EFE).- O presidente dos Estados Unidos,
Barack Obama, prometeu hoje pôr fim à "cômoda relação" entre as
companhias petrolíferas e os organismos oficiais reguladores.
Obama se reuniu hoje com a equipe governamental responsável por
cessar o vazamento de petróleo no Golfo do México, após o qual fez
um discurso para a imprensa no Jardim da Casa Branca.
O presidente americano, claramente zangado, advertiu que a
situação pode se tornar "catastrófica" e se declarou "irado e
frustrado" pelo comportamento das companhias petrolíferas.
Obama se referiu aos recentes comparecimentos no Congresso dos
responsáveis pelas petrolíferas envolvidas no caso - a British
Petroleum (BP), a Transocean e a Halliburton - sobre o derramamento,
algo que qualificou de "espetáculo ridículo".
"Não tolerarei mais irresponsabilidade ou que a culpa continue
sendo jogada nos outros", disse o presidente, que ressaltou que
"grande parte tem que ser dividida".
Obama assegurou que o Governo também compartilha parte da culpa
pelo desastre, por ter tolerado durante tempo demais a "cômoda
relação" entre as petrolíferas e os organismos reguladores.
Essa relação, segundo ele, permitiu que as companhias
petrolíferas recebessem autorização para perfurar sem as garantias
necessárias, baseando-se apenas nas promessas de utilizarem métodos
seguros. A partir de agora, a norma será "confiar, mas comprovar".
"Vi com meus próprios olhos a ira e a frustração de nossos
concidadãos no litoral" do Golfo do México afetados pelo
derramamento. "É uma ira e uma frustração que compartilho como
presidente", ressaltou.
Obama disse que, atualmente, a prioridade principal é conter o
vazamento do poço a mais de 1.500 metros de profundeza. EFE