Praga, 6 abr (EFE).- A Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE) vê "com otimismo" a evolução da
economia mundial em 2010, mas adverte que a recuperação econômica da
Europa segue atrás de grandes potências econômicas, manifestou hoje
em Praga Ángel Gurría, diretor-geral da organização.
"Hoje posso dizer que o vejo com mais otimismo", indicou Gurría,
que matizou que nesse cenário positivo há "três velocidades", em
alusão a potências emergentes como China e a Índia, seguidas pelos
Estados Unidos e Japão e, em terceiro lugar, pela Europa.
Diante de uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB)
da China e da Índia de 10% e de 8% respectivamente, existem países
como EUA e Japão com uma recuperação econômica "melhor e mais rápida
do que se esperava, sobretudo na área do emprego".
O desemprego, que Gurría qualificou como "a face humana da
crise", aumenta na Europa, enquanto nos EUA se reduziu.
O economista mexicano citou os exemplos da França, com 10% de
desemprego, e da Espanha, "onde um em cada dois jovens está
desempregado".
A recuperação econômica na Europa é "lenta, embora positiva, sem
ser motivo para soltar fogos de alegria", assinalou.
O máximo representante da OCDE apresentou hoje o estudo sobre a
República Tcheca, país que agora celebra o 15º aniversário de sua
entrada na organização.
"A República Tcheca enfrentou a crise com fundamentos econômicos
fortes, baixa inflação, taxa de câmbio flexível e finanças públicas
sólidas", assinalou Gurría.
O ministro das Finanças tcheco, Eduard Janota, assinalou que o
objetivo para 2010 é impedir que o déficit fiscal ultrapasse 4,8% do
PIB.
Entre as debilidades da economia tcheca, Gurría destacou a
excessiva dependência das exportações, uma legislação social e
tributária que não incentiva suficientemente o trabalho e o
envelhecimento da população. EFE