Cabul, 7 out (EFE).- Os talibãs afegãos disseram hoje, por causa
do oitavo aniversário da invasão americana, que estão preparados
para uma guerra longa e disseram não ter intenção de atacar países
europeus.
"Anunciamos a todo o mundo que nosso objetivo é obter a
independência e o estabelecimento de um sistema islâmico. Nem
tínhamos nem temos o objetivo de prejudicar outros países, incluindo
a Europa", afirma um comunicado em inglês colocado em um site
talibã.
"Mas, se querem transformar o país dos orgulhosos e piedosos
afegãos em uma colônia, têm que saber que temos uma inquebrantável
determinação e estamos preparados para uma guerra longa", advertiram
os fundamentalistas.
O autodenominado Emirado Islâmico do Afeganistão - nome que tinha
o regime talibã - afirmou na mensagem que os objetivos dos
insurgentes são "a independência, uma justiça social islâmica,
dignidade humana e identidade nacional", algo que estão dispostos a
conseguir derramando seu "sangue puro".
Os talibãs lembraram a data da invasão americana e sustentaram
que, desde então, "passaram oito anos nos quais os invasores
americanos e seus aliados cruzados mataram, feriram e tiraram de
suas casas milhares de afegãos, entre eles crianças, mulheres e
idosos".
Atribuíram a invasão a "motivos clandestinos colonialistas", sob
o "pretexto" dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos
EUA, e apesar de que, segundo eles, o regime talibã se ofereceu a
colaborar para realizar "uma investigação neutra" sobre os atentados
em solo americano.
"Mas a cúpula dos novos conservadores na Casa Branca, os bélicos
generais do Pentágono e o 'lobby' pró-judaico nos EUA começaram a
culpar o Emirado Islâmico desde o início", disseram.
Diante do possível aumento de tropas estrangeiras mobilizadas no
Afeganistão, a insurgência denunciou que isso responde à intenção
dos EUA de desenvolver "planos expansionistas no Oriente Médio, Ásia
Central e Sudeste Asiático".
Atualmente, há cerca de 100 mil soldados internacionais em
território afegão, cerca de 68 mil deles americanos.
O presidente americano, Barack Obama, está revisando a estratégia
militar e estudando se envia mais tropas, como pediu o chefe das
forças estrangeiras, general Stanley McChrystal, para fazer frente
aos talibãs e atingir a rede terrorista Al Qaeda. EFE