OMC pede à Ásia Oriental que abra seus mercados

Publicado 07.06.2010, 13:04
Atualizado 07.06.2010, 13:42

Eric San Juan.

Ho Chi Minh (Vietnã), 7 jun (EFE).- O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, afirmou hoje que os países do Leste da Ásia precisam abrir mais suas economias para consolidar a recuperação, durante a cerimônia de encerramento do 19º Fórum Econômico Mundial sobre a Ásia Oriental.

"Os países mais abertos são os que melhor resistiram à crise na região porque a abertura do comércio aumenta a resistência e a capacidade de recuperação", destacou Lamy em Ho Chi Minh (antiga Saigon).

O diretor-geral da OMC parabenizou os países da Ásia Oriental que "estão hoje mais abertos que antes da crise" e ressaltou a necessidade de conseguir acordos multilaterais para impulsionar o comércio e diminuir os obstáculos alfandegários.

Lamy mencionou também o maior peso político adquirido pelo continente nos últimos anos, sobretudo com a participação da China, Índia e Indonésia no Grupo dos 20 (G20, bloco de países ricos e emergentes).

A necessidade de uma abertura maior foi uma das conclusões a que quase todos os participantes do fórum econômico chegaram após dois dias de debates. Eles pediram aos países do Sudeste Asiático que colaborem para flexibilizar o transporte de mercadorias pelas estradas e pelos cruzamentos de fronteiras a fim de avançar rumo a um mercado comum.

A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) quer criar uma zona de livre-comércio entre seus dez países membros em 2015 - ano passado entrou em vigor o tratado de livre-comércio que a organização assinou com a China.

A Asean, formada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, deseja criar um mercado comum em 2015, caso consiga superar os receios protecionistas de alguns de seus membros.

Outro dos objetivos da região, segundo os analistas, é conseguir um modelo de crescimento sustentável que reduza o impacto sobre o meio ambiente e as diferenças entre ricos e pobres.

"O crescimento verde não é uma opção, é o paradigma com o qual o mundo deve se comprometer", afirmou o vice-ministro sul-coreano do Meio Ambiente, Yoon Jong-Sob.

Quanto às diferenças econômicas, os analistas coincidiram em assinalar que os Governos deveriam investir em torno de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) em proteção social para reduzir a desigualdade entre ricos e pobres.

Neste sentido, Lamy ressaltou que os países que conseguem uma repartição mais equitativa de sua riqueza conseguem um desenvolvimento mais sólido.

Outros desafios são impulsionar o consumo interno, a corrupção, a gestão do talento e os incentivos à inovação para mudar de forma progressiva o modelo econômico.

O Fórum Econômico Mundial é uma fundação sem fins lucrativos com sede em Genebra, que além de sua assembleia anual em Davos (Suíça), celebra todos os anos uma dezena de reuniões regionais em que são debatidos os principais desafios econômicos de cada região. EFE

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