Eric San Juan.
Ho Chi Minh (Vietnã), 7 jun (EFE).- O diretor-geral da
Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, afirmou hoje que
os países do Leste da Ásia precisam abrir mais suas economias para
consolidar a recuperação, durante a cerimônia de encerramento do 19º
Fórum Econômico Mundial sobre a Ásia Oriental.
"Os países mais abertos são os que melhor resistiram à crise na
região porque a abertura do comércio aumenta a resistência e a
capacidade de recuperação", destacou Lamy em Ho Chi Minh (antiga
Saigon).
O diretor-geral da OMC parabenizou os países da Ásia Oriental que
"estão hoje mais abertos que antes da crise" e ressaltou a
necessidade de conseguir acordos multilaterais para impulsionar o
comércio e diminuir os obstáculos alfandegários.
Lamy mencionou também o maior peso político adquirido pelo
continente nos últimos anos, sobretudo com a participação da China,
Índia e Indonésia no Grupo dos 20 (G20, bloco de países ricos e
emergentes).
A necessidade de uma abertura maior foi uma das conclusões a que
quase todos os participantes do fórum econômico chegaram após dois
dias de debates. Eles pediram aos países do Sudeste Asiático que
colaborem para flexibilizar o transporte de mercadorias pelas
estradas e pelos cruzamentos de fronteiras a fim de avançar rumo a
um mercado comum.
A Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) quer criar uma
zona de livre-comércio entre seus dez países membros em 2015 - ano
passado entrou em vigor o tratado de livre-comércio que a
organização assinou com a China.
A Asean, formada por Mianmar, Brunei, Camboja, Filipinas,
Indonésia, Laos, Malásia, Cingapura, Tailândia e Vietnã, deseja
criar um mercado comum em 2015, caso consiga superar os receios
protecionistas de alguns de seus membros.
Outro dos objetivos da região, segundo os analistas, é conseguir
um modelo de crescimento sustentável que reduza o impacto sobre o
meio ambiente e as diferenças entre ricos e pobres.
"O crescimento verde não é uma opção, é o paradigma com o qual o
mundo deve se comprometer", afirmou o vice-ministro sul-coreano do
Meio Ambiente, Yoon Jong-Sob.
Quanto às diferenças econômicas, os analistas coincidiram em
assinalar que os Governos deveriam investir em torno de 3% do
Produto Interno Bruto (PIB) em proteção social para reduzir a
desigualdade entre ricos e pobres.
Neste sentido, Lamy ressaltou que os países que conseguem uma
repartição mais equitativa de sua riqueza conseguem um
desenvolvimento mais sólido.
Outros desafios são impulsionar o consumo interno, a corrupção, a
gestão do talento e os incentivos à inovação para mudar de forma
progressiva o modelo econômico.
O Fórum Econômico Mundial é uma fundação sem fins lucrativos com
sede em Genebra, que além de sua assembleia anual em Davos (Suíça),
celebra todos os anos uma dezena de reuniões regionais em que são
debatidos os principais desafios econômicos de cada região. EFE