Buenos Aires, 15 ago (EFE).- A aliança de oposição argentina
União-Pró, uma das grandes vencedoras das últimas eleições
legislativas no país, se somou às críticas pela falta de avanços no
diálogo político aberto pelo Governo ao assegurar que essa instância
"está moribunda".
Um dia depois de a União Cívica Radical (UCR), a segunda maior
legenda parlamentar do país, anunciar sua decisão de romper as
negociações com o Governo, Francisco de Narváez, um dos líderes da
União-Pró, disse em entrevista ao jornal "La Nación" que a
estratégia do Executivo foi "perda de tempo".
"Diria que o diálogo está moribundo", afirmou De Narváez, que, em
junho, derrotou o ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007) na
disputa para deputado pela província de Buenos Aires, o distrito
eleitoral mais importante do país.
Ele considerou que "alguns funcionários" do Executivo do
peronista Cristina Fernández de Kirchner, esposa de Kirchner,
tiveram "intenções de dialogar e construir uma agenda comum", mas
"imediatamente foram desautorizados" pelo ex-presidente.
"O Governo não deixa debater nem pactuar. Convoca o diálogo para
perder tempo e evitar enfrentar às exigências da oposição", disse o
líder da União-Pró, aliança integrada por peronistas dissidentes
como De Narváez e pela legenda Proposta Republicana, que lidera o
prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri.
O deputado assegurou que da coalizão política que lidera sempre
"haverá vocação de conversar", mas exigiu ao Governo uma "dinâmica e
capacidade de decisão" diferentes das que mostrou até o momento. EFE