Berlim, 29 set (EFE).- O Bundestag, o Parlamento alemão, aprovou nesta quinta-feira com uma clara maioria a ampliação do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), com 523 votos a favor, 85 contra e três abstenções, anunciou o vice-presidente da Casa, Wolfgang Thierse.
Os resultados indicam ainda que os partidos da coalizão liderada pela chanceler federal, Angela Merkel, conseguiram uma maioria própria na votação com 315 votos favoráveis, quatro a mais do que o mínimo para evitar o que poderia ter conduzido a uma grave crise governamental.
A votação desta quinta-feira havia se transformado em um tipo de moção de confiança para Merkel e seu governo, que teria ficado em uma situação complicada se uma maioria de seus próprios deputados não tivesse respaldado a aprovação da ampliação do FEEF.
Dos 620 deputados do Bundestag, 611 participaram da votação, na qual Merkel e seu governo precisavam de um mínimo de 311 votos favoráveis de suas próprias fileiras para acabarem com os apelos por uma antecipação eleitoral da oposição.
A votação foi precedida de um apaixonado debate no qual a maioria dos representantes dos partidos da coalizão governista defendeu o voto a favor.
Os ministros de Finanças e Economia, o democrata-cristão Wolfgang Schäuble e o liberal Philipp Rösler, respectivamente, discursaram pessoalmente no plenário para tentar reduzir o número de reticentes nas próprias fileiras.
Com a votação favorável pelo Bundestag alemão já são 11 os países dos 17 que formam a zona do euro a ratificar o acordo, depois da Espanha, Bélgica, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Portugal, Eslovênia e Finlândia.
Criado em 2010 e ampliado em 24 de junho, esse fundo temporário de resgate está dotado de 780 bilhões de euros, embora sua capacidade efetiva de empréstimo para socorrer países em dificuldades seja de 440 bilhões.
Esta reforma permitirá ainda que o FEEF financie a recapitalização dos bancos e, em casos excepcionais, compre bônus soberanos de países em dificuldades nos mercados secundários.EFE