Teresa Bouza.
Washington, 7 mai (EFE).- As autoridades dos Estados Unidos
intensificaram hoje os controles de qualidade de água, ar e as
provisões de pescado e marisco após a chegada a costa do vazamento
do Golfo do México nesta quinta-feira.
Enquanto isso a empresa British Petroleum (BP), concessionária da
plataforma afundada no dia 22 de abril, finalizou hoje a instalação
de uma enorme caixa com a qual quer recolher grande parte do
petróleo que flui para o mar.
A companhia acredita que a estrutura retangular de mais de 12
metros de altura que será instalada a 1,5 mil metros de profundidade
vai conseguir recolher até 85% dos cerca de 800 mil litros de
petróleo jogados nas águas do Golfo do México diariamente.
Posteriormente, o óleo será bombeado para um petroleiro na
superfície através de um encanamento instalado na parte superior da
caixa de contenção.
O sucesso da operação é chave para frear o impacto da catástrofe,
que a Casa Branca catalogou como um "desastre nacional".
Diversas organizações destacaram que a chegada ontem dos
primeiros restos de petróleo às ilhas Chandeleur, consideradas um
"tesouro" ecológico, complicam ainda mais a já difícil situação.
"Isso acrescentou um sentido de urgência", explicou Jill
Mastrototaro, à Agência Efe. Ele é especialista em temas ambientais
da organização Sierra Club que ajuda a partir de Nova Orleans nas
tarefas para minimizar o impacto do vazamento.
Segundo os últimos dados divulgados hoje pelo comando conjunto da
BP e do Governo dos EUA na Louisiana, mais de 2,5 mil voluntários
ajudam nos trabalhos em andamento, que incluem os incêndios
controlados de petróleo, o lançamento de químicos dissolventes e a
instalação de barreiras flutuantes para conter a mancha e eliminar a
água suja.
As autoridades intensificaram os controles e os preparativos para
enfrentar as possíveis ameaças à saúde caso o grosso da mancha
chegue à terra firme.
Margot Stiles, uma bióloga marinha da organização Oceana,
explicou à Efe que a situação é "muito grave" já que coincide, além
disso, com a temporada de reprodução de muitos peixes.
Stiles assinalou que se a mancha desembarcar totalmente no
litoral danificará "os mangues, as algas, as ostras e também as
tartarugas e aves que ficam na região", mas insistiu que o impacto
será sentido também na fauna marinha em alto-mar, como golfinhos e
baleias. EFE