Rio de Janeiro, 6 mar (EFE).- A economia brasileira cresceu 2,7% em 2011, quase um terço da expansão de 7,5% registrada em 2010, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2011 somou R$ 4,1 trilhões, transformando o Brasil na sexta maior economia do mundo.
A taxa de crescimento do ano passado esteve abaixo das últimas previsões do Governo, que esperava 3%, e dos economistas do mercado, que projetavam 2,8%. Para este ano, o Governo espera que o PIB cresça 4,5%, e os economistas preveem 3,3%.
A desaceleração econômica em 2011 reduziu a taxa de crescimento do PIB per capita de 6,5% em 2010 para 1,8% no ano passado, quando foi de R$ 21,2 mil por habitante.
O crescimento da economia brasileira em 2011 foi novamente impulsionado pelo mercado interno, que se expandiu pelo oitavo ano consecutivo, mas em menor ritmo.
Conforme o IBGE, o aumento do consumo das famílias, que vinha crescendo a taxa anual de 6%, avançou apenas 4,1% no ano passado.
Para os economistas, a desaceleração do consumo interno se deve as medidas restritivas adotadas pelo Governo no início do ano passado: aumento de impostos e do depósito compulsório bancário, para combater a inflação que naquele momento ameaçava fugir ao controle.
Por setores, o crescimento econômico foi impulsionado principalmente pela agropecuária, cuja produção aumentou 3,9%, seguida pelos serviços (2,7 %) e pela indústria (1,6%).
A indústria, que liderou o crescimento em 2010 com expansão recorde de 10,1%, foi o setor que mais desacelerou em consequência principalmente da crise econômica internacional, que reduziu demanda de produtos brasileiros no exterior.
Segundo o IBGE, o setor de agropecuária assumiu no ano passado o lugar da indústria e, favorecido pelas boas condições meteorológicas, cresceu 3,9% impulsionada pelo aumento da colheita de grãos até o volume recorde de 159,9 milhões de toneladas.
Os serviços cresceram impulsionados pelo bom desempenho da área de informação (4,9%), financeira (3,9%) e pelo comércio (3,4%).
"Ao longo de todo o ano de 2011, o crescimento da população com emprego e a renda dos trabalhadores, junto à expansão do crédito ao consumo, sustentaram o crescimento das vendas do comércio, principalmente no varejo, em ritmo superior ao registrado pela atividade industrial", segundo o IBGE.
Afetadas pela queda da demanda no exterior e pela crise em países que são importantes mercados do Brasil, as exportações cresceram apenas 4,7% no ano passado, enquanto as importações se expandiram 9,7%.
"Contribuiu para esta situação a valorização do real frente ao dólar entre 2010 e 2011. A taxa média de câmbio passou de R$ 1,76 por dólar em 2010 para R$ 1,67 por dólar em 2011", explicou a instituição.
Com relação ao último trimestre do ano passado, a economia do Brasil cresceu 0,3% na comparação com o terceiro e 1,4% frente ao mesmo período de 2010.
Esse resultado representa uma recuperação porque a economia havia registrado retração de 0,1% no terceiro trimestre em comparação com o segundo. EFE