Roma, 8 abr (EFE).- A Polícia italiana expropriou hoje 700
milhões de euros em bens pertencentes ao clã mafioso dos Casaleses,
o mais perigoso e sanguinário da Camorra napolitana.
Segundo o Governo da Itália esta é a maior operação antimáfia da
história do país.
A apreensão dos bens, sobretudo imóveis, foi realizada nas
primeiras horas desta manhã em várias zonas do país e contou com a
participação de 200 agentes da Direção Investigadora Antimáfia (DIA)
da Polícia e dos Carabineiros.
O confisco dos 700 milhões de euros, em sua maioria empresas
agrícolas, imóveis e terrenos pertencentes aos herdeiros do chefe
mafioso Dante Pasarelli, foi realizado a partir de uma ordem ditada
pelo Tribunal Penal de Santa María Capua Vetere, localidade próxima
à cidade de Nápoles no sul da Itália.
Pasarelli foi um membro importante do clã camorrista dos
Casaleses. Ele morreu em 2004 em um "misterioso" acidente pouco
antes do Tribunal de Nápoles ditar 16 sentenças de prisão perpétua
para membros do seu grupo mafioso no "maxiproceso Spartacus" em que
ele estava envolvido.
A importância da operação, batizada de "Nemesi", motivou o
primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, a emitir um
comunicado felicitando a Polícia e o seu próprio Governo pelas
apreensões.
"Quero ressaltar com ênfase a notícia da grande apreensão de bens
de um clã da Camorra, o confisco mais relevante que já foi feito",
afirma Berlusconi na nota. "Também quero ressaltar que este
resultado foi possível graças às leis postas em prática com grande
determinação e eficácia pelo nosso Governo", acrescenta.
O ministro do Interior, Roberto Maroni, definiu a apreensão de
bens dos Casaleses como "a maior operação antimáfia jamais realizada
na história da República italiana".
O chefe da DIA, Antonio Girone, disse aos meios de comunicação
italianos que, após estas apreensões, é seguro que o clã dos
Casaleses, cujas atividades foram reveladas pelo escritor Roberto
Saviano no livro "Gomorra", terá problemas para seguir atuando no
futuro. EFE