Lisboa, 29 set (EFE).- O Governo de Portugal anunciou hoje novas
medidas para reduzir o déficit público do país, que incluem o
aumento do IVA, de 21% para 23%, a redução de 3,5% a 10% do salário
dos funcionários, o congelamento de pensões, cortes de despesas e
investimentos governamentais.
O primeiro-ministro José Sócrates afirmou que se tratam de
medidas "duras e exigentes", mas "imprescindíveis" para a economia
do país.
As medidas foram anunciadas pelo Governo português em um contexto
em que a dívida do país é uma das maiores da década e após a União
Européia (UE) lembrar hoje que Lisboa deve reduzir o déficit
público, que fechou 2009 em 9,3%, para 4,6% no ano que vem.
Sócrates pediu coragem e responsabilidade às forças políticas
para que o país possa responder aos seus desafios e fechar 2011 com
o mesmo déficit da Alemanha.
O ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos,
explicou que em 2011 haverá um aumento do IVA e que a contribuição
dos trabalhadores do setor público à seguridade social subirá 1%.
Além disso, o Estado arrecadará 2,6 bilhões de euros com a
transferência do fundo de pensões de uma das maiores empresas do
país, a Portugal Telecom, na qual há menos de 8% de participação de
capital público.
Segundo Teixeira, o corte de salários dos funcionários será de
3,5% para os salários mais baixos, de 5% para quem ganha 1,5 mil
euros e de 10% para salários acima desse valor.
Além disso, o congelamento das promoções de trabalhadores do
setor público, a redução de contratos e da frota de veículos e o
aumento de diversas taxas dos serviços de justiça e administração do
Estado são algumas das medidas para aumentar a arrecadação.
Sócrates destacou que os cortes salariais estão na linha dos que
foram adotados pela Espanha, enquanto Teixeira ressaltou que esta
medida vai ter um efeito imediato nas despesas do Estado.
Com essas medidas, Portugal espera economizar 3,4 bilhões de
euros.
Enquanto isso, milhares de portugueses protestaram em Lisboa e no
Porto, em uma manifestação organizada pelo maior sindicato do país,
a Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP, comunista)
que prometeu novas ações contra a política governamental. EFE