Davos (Suíça) 28 jan (EFE).- A indústria petrolífera
internacional, presente no Fórum Econômico Mundial, mostrou-se hoje
otimista em relação à produção de petróleo no Iraque, que pode
chegar a 10 milhões de barris diários dentro de dez anos, capacidade
quatro vezes maior que a atual.
No encontro que todo ano reúne a elite política e econômica
mundial, empresas como BP, Shell, Total e Saudita Aramco
manifestaram suas expectativas quanto ao futuro do Iraque como
exportador de petróleo e sua disposição em investir no país.
O executivo-chefe da petrolífera britânica BP, Tony Hayward,
disse nesta quinta-feira que o "Iraque poderá extrair 10 milhões de
barris de petróleo ao dia dentro de dez anos". "Não há razão para
pensar que o Iraque não vá conseguir aumentar sua produção de
petróleo até este número, o que é uma importante contribuição",
destacou.
Ainda segundo Hayward, a produção de petróleo necessária em 2030
será de 100 milhões de barris diários. Nesse ano, o ideal seria que
o barril da commodity custasse entre US$ 60 e US$ 90, valores que
compensariam os investimentos industriais e equilibrariam a oferta e
a procura.
Atualmente, a produção de petróleo em todo o mundo é de
aproximadamente 85 milhões de barris ao dia.
Por sua vez, o executivo-chefe da Royal Dutch Shell, Peter Voser,
frisou que o Iraque tem reservas petrolíferas, porém, "do ponto de
vista tecnológico, o país está duas décadas atrasado".
Voser também lembrou que, em breve, o Iraque vai realizar
eleições parlamentares - previstas para 7 de março -, e que
companhias petrolíferas internacionais acabaram de assinar ou estão
negociando contratos no país.
Atualmente, "a indústria petrolífera do Iraque não trabalha sua
capacidade porque tem uma tecnologia dos anos 1970 ou do começo dos
anos 1980", acrescentou Voser, segundo quem os conflitos com os EUA
danificaram seriamente as instalações petrolíferas nacionais e
"impediram um progresso a pleno vapor".
Já o presidente da petrolífera Saudita Aramco, Khalid A.
al-Falih, disse que, "nos últimos anos, a Arábia Saudita vem
sentindo muita pressão para atender ao crescimento da demanda e
cobrir o desequilíbrio entre a oferta e a procura".
"Por isso, damos boas-vindas à oportunidade de o Iraque produzir
mais e de melhorar sua economia e a vida de sua população",
acrescentou.
Também presente em Davos, o executivo-chefe da francesa Total,
Thierry Desmarest, afirmou que o Iraque desempenhará uma
função-chave no mercado de petróleo mundial. EFE