Atenas, 22 abr (EFE).- O primeiro-ministro grego, Yorgos
Papandreu, disse hoje, em Atenas, que a revisão para cima do déficit
fiscal da Grécia em 2009 de 12,7% para 13,6% do Produto Interno
Bruto (PIB) do país "não altera o objetivo de reduzi-lo este ano em
4%".
Em declarações em um conselho de ministros, Papandreu respondeu à
divulgação dos números do déficit grego pela agência europeia de
estatísticas Eurostat, que aumentou o índice em 0,5%, até superar
hoje os 8,5%.
Papandreu reconheceu que a Grécia "já está sob a supervisão do
Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia (UE), devido
ao déficit e às dívidas criados pelas políticas" do Executivo
conservador.
"Nos encontramos em um ponto em que devemos travar uma grande
batalha", afirmou.
Os novos dados do déficit aumentaram a previsão do índice de
risco do bônus grego em dez anos em relação ao referente alemão para
567 pontos básicos por volta das 8h30 (horário de Brasília), com um
interesse acima de 8,5%.
A Grécia conseguiu cobrir suas necessidades de financiamento em
abril após conseguir 12 bilhões de euros em emissões de dívida, mas
precisa de outros 10 bilhões de euros até a metade de maio para
fazer frente a suas obrigações.
"É nosso dever histórico assumir todas as decisões necessárias
para evitar o pior para os cidadãos", acrescentou Papandreu.
O primeiro-ministro ressaltou que o mecanismo de ajuda aprovado
pelos países da zona do euro "é uma rede de proteção contra cenários
negativos, como a incapacidade da Grécia de fazer frente a seus
pagamentos," e "que por si só disponibiliza 30 bilhões de euros
(para a Grécia) se for necessário".
Papandreu declarou que seu Governo está decidido a aplicar o
plano de estabilidade e desenvolvimento apoiado pela UE para tirar a
economia grega da crise. EFE