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Presidente do BM alerta para riscos e incerteza na economia

Publicado 02.10.2009, 09:14
Atualizado 02.10.2009, 09:42

Teresa Bouza.

Istambul (Turquia), 2 out (EFE).- O presidente do Banco Mundial (BM), o americano Robert Zoellick, disse hoje que o panorama econômico para 2010 continua "muito incerto" e que o resto de 2009 será "difícil", apesar de o mundo ter começado a se recuperar da crise financeira internacional.

"É muito cedo para declarar vitória", alertou Zoellick, que concedeu uma entrevista coletiva em Istambul (Turquia) às vésperas da Assembleia anual conjunta do BM e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para o presidente do Banco Mundial, o risco neste momento já não é "o de um colapso na economia mundial", mas o da "autocomplacência".

"Se a crise melhorar, haverá uma tendência natural de as coisas voltarem a ser feitas como antes e será mais difícil convencer os países a cooperarem na solução de muitos dos problemas que provocaram" este colapso, afirmou Zoellick.

O americano, além de afirmar que esses problemas puseram em perigo as vidas de milhões de pessoas, destacou a importância de a comunidade internacional aproveitar este momento para promover todas as reformas necessárias.



Em termos mais gerais, o presidente do Banco Mundial afirmou que "um dos legados desta crise" é o reconhecimento de uma mudança na estrutura econômica global de poder.

"As últimas projeções econômicas mostram como China e Índia estão ajudando a economia global a sair da recessão", afirmou Zoellick, segundo quem países da América Latina, do Sudeste Asiático e do Oriente Médio também podem ajudar na retomada do crescimento.

O americano avaliou essa tendência como positiva ao ressaltar que "uma economia multipolar, menos dependente do consumidor americano, também será uma economia mais estável".

Na opinião dele, os acordos de Bretton Woods, que após a Segunda Guerra Mundial deram origem ao FMI e ao Banco Mundial, estão cada vez mais "defasados" no atual contexto multipolar.

Daí, ressaltou Zoellick, a necessidade de avançar em uma nova direção, o que implica, entre outras coisas, dar mais poder de voto aos países emergentes nos organismos multilaterais.

Nesse sentido, o Grupo dos Vinte (G20, os países mais ricos e as principais nações emergentes), se comprometeu, na semana passada, a aumentar o peso dos países em desenvolvimento em pelo menos 5% no FMI e em 3% no BM.

Zoellick também lembrou que os 3% adicionais no Banco Mundial permitirão às economias emergentes ter 47% dos votos na entidade. Depois, ressaltou que seu objetivo é elevar essa participação para 50%.

Ainda segundo o diretor, a crescente demanda por empréstimos nos países em desenvolvimento tornam necessária a ampliação do capital do Banco Mundial.

"Em meados do ano que vem, começaremos a enfrentar sérias limitações", afirmou Zoellick, que lembrou que, no começo do ano passado, os membros do BM pediram que o órgão aumentasse seus empréstimos para US$ 100 bilhões nos próximos três anos.

As limitações econômicas, acrescentou, já atingem diferentes divisões do BM, até sua filial para o setor privado, a Corporação Financeira Internacional (CFI), que apoia o setor privado nos países em desenvolvimento.

Durante o ano fiscal que terminou em 30 de junho, o Banco Mundial triplicou o crédito concedido, para US$ 33 bilhões. A expectativa é que essa quantia suba para US$ 40 bilhões ou mais até meados de 2010. EFE

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