Lisboa, 11 nov (EFE).- O presidente do Eurogrupo e primeiro-ministro de Luxemburgo, Jean-Claude Juncker, declarou que "jamais aceitará dois grupos dentro do euro" e avaliou que "os ataques à dívida italiana" não se justificam.
Em entrevista publicada nesta sexta-feira simultaneamente no "Jornal de Negócios", no "Público" e no "Diário de Notícias", Juncker afirmou que "não quer muros" entre os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) nem entre os 17 países da zona do euro e fez um apelo por uma atuação "vigorosa e forte" para lutar contra a crise.
"Se convencermos os mercados financeiros que não aceitaremos a destruição do euro por sua mera vontade, ganharemos a batalha", previu o dirigente, que destacou que, para sua geração, o projeto do euro continua sendo "um meio de assegurar a paz".
"A Europa não é dirigida pela senhora Merkel e pelo senhor Sarkozy. Somos 17, não somos dois", especificou, alertando que a região "está ardendo e nem todo o mundo tem noção disso".
Com relação à delicada situação da Itália, explicou que o país foi "erroneamente" colocado "no epicentro de um desafio global" e indicou que a reestruturação de sua dívida é "diferente" da Grécia.
"A poupança privada é muito elevada. A Itália é um país muito mais industrializado do que a Grécia e é um país rico com uma economia aberta ao mundo", expôs.
A Itália tem "um problema de credibilidade" que está em "vias de resolução", concluiu o primeiro-ministro de Luxemburgo.
Juncker concedeu a entrevista durante sua visita a Lisboa na última quarta-feira, quando se reuniu com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, e deu uma conferência sobre a situação do euro. EFE