Londres, 7 out (EFE).- O presidente do HSBC, Stephen Green,
acredita que os bancos "deve uma desculpa ao mundo real" pelos erros
que conduziram à crise financeira do ano passado e que é necessário
uma mudança de cultura para melhorar a percepção que têm os cidadãos
da tarefa que desempenham os banqueiros.
Assim o afirmou Green em declarações à "BBC" desde Istambul, onde
assiste às assembléias do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o
Banco Mundial (BM), nas quais acrescentou que os bancos "também
devem ao mundo real o compromisso de aprender as lições que têm a
ver com Governo, ética e cultura na indústria".
Green considerou que estas mudanças "não se podem conseguir
simplesmente com normas e regulação", embora reconhecesse que é
"inevitável" que tanto os organismos reguladores como os diretores
dos bancos aprendam com o ocorrido no último ano.
O principal responsável do HSBC ressaltou que o setor bancário
deve "prestar muito mais atenção à liquidez" do que fez até agora,
depois que a Autoridade de Serviços Financeiros (FSA) do Reino Unido
anunciasse na segunda-feira novas regras ao respeito.
A FSA estabeleceu que os bancos devam possuir mais ativos que
tenham uma liquidez real, como os bônus do Estado, para ser mais
solventes frente a eventuais crises futuras.
Sobre o futuro de Londres como um dos grandes centros financeiros
do mundo, Green reconheceu que a tendência é que a capital britânica
perca peso em benefício do mercado asiático.
De fato, o HSBC decidiu transferir seu diretor-executivo, Michael
Geoghan, de Londres a Hong Kong.
"Dois terços de nossos negócios estão na Ásia. É para onde
pensamos que se está transferindo o centro de gravidade da economia
mundial", manifestou Green. EFE