Cairo, 20 jun (EFE).- O presidente sírio, Bashar al Assad, destacou nesta segunda-feira a necessidade de impulsionar um diálogo nacional para pôr fim à crise na Síria, que, segundo ele, é alvo de uma "conspiração internacional".
Em seu terceiro discurso desde o início dos protestos políticos em meados de março, o governante denunciou as pressões e ingerências estrangeiras na Síria e defendeu a postura do regime diante da revolta popular.
"As conspirações são como as bactérias: não podem ser eliminadas, mas é preciso trabalhar para reforçar a imunidade contra elas", ressaltou Assad, que acusou grupos armados, criminosos e radicais islâmicos de estarem por trás dos incidentes que já deixaram mais de mil de mortos.
O presidente ressaltou que, diante da atual situação, o futuro da Síria depende de um diálogo nacional, durante discurso na Universidade de Damasco transmitido ao vivo pela televisão estatal síria.
"O diálogo nacional é o título da próxima etapa, um processo muito importante porque o futuro da Síria depende dele", ressaltou Assad.
O presidente sírio também insistiu no processo de reformas impulsionado por seu regime, entre elas, o fim do Estado Emergência, que estava em vigor desde 1963 e os projetos de lei eleitoral e de partidos políticos.
"O processo de reformas é para nós uma convicção", disse Assad.
O líder acrescentou que estas transformações vão criar "uma realidade política nova na Síria na qual os cidadãos vão participar" e anunciou que será formado um novo Parlamento em agosto que se encarregará de redigir uma nova Constituição ou fazer emendas à atual.
Este discurso coincide com a intensificação dos protestos contra o regime sírio em todo o país e o êxodo de milhares de refugiados à Turquia devido à repressão militar. EFE