Madri, 15 nov (EFE).- O prêmio de risco da Espanha, medido pela diferença entre o bônus do país a dez anos e o da Alemanha com mesmo prazo, chegou nesta terça-feira a 455 pontos básicos, o nível mais alto de sua história, em uma jornada na qual o Tesouro espanhol teve que subir os juros de suas letras a 12 e 18 meses acima de 5%.
As dúvidas sobre a viabilidade do euro, a moeda única europeia, e os ajustes que podem ser aplicados pelos governos de Grécia e Itália obrigaram a Espanha a subir em 40% a rentabilidade destas emissões, a mais alta desde 1997.
A rentabilidade do bônus espanhol a 10 anos subiu para 6,31%, a maior taxa desde a implantação do euro, enquanto o rendimento da dívida alemã caiu, o que provocou o novo recorde do prêmio de risco espanhol.
Segundo analistas, o fato de o Tesouro espanhol remunerar a poupança acima dos depósitos bancários reflete a gravidade da crise de dívida soberana que afeta a Europa, embora acreditem que a Espanha tem margem para suportar este sobrepreço.
Os analistas têm opinião semelhante de que as tensões no mercado de dívida persistirão e nos próximos dias afetarão de maneira significativa a emissão de obrigações a dez anos com a qual a Espanha espera captar na quinta-feira entre 3 e 4 bilhões de euros.
A alta do prêmio de risco espanhol causou uma certa preocupação nos mercados, já que a Grécia recebeu intervenção quando seu prêmio chegou a 450 pontos básicos, e o mesmo ocorreu com Irlanda (com 544 pontos) e Portugal (627 pontos). EFE