Luxemburgo, 9 mar (EFE).- O debate sobre a criação de um fundo
monetário europeu, nos moldes do Fundo Monetário Internacional
(FMI), ganhou força hoje com a adesão à ideia do presidente do
Eurogrupo (países da zona do euro), o luxemburguês Jean-Claude
Juncker.
O objetivo do órgão é ajudar os países que se encontram em uma
situação financeira delicada e evitar crises como a da Grécia.
"Temos que discutir isso. Há centenas de perguntas que é preciso
responder, mas, basicamente, estamos de acordo com o que propôs o
ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble", afirmou Juncker,
que também é primeiro-ministro de Luxemburgo.
O presidente falou sobre o assunto hoje com a chanceler alemã,
Angela Merkel, durante uma visita oficial da líder ao Grão-Ducado de
Luxemburgo, um dia depois de ela defender um debate sobre o fundo.
Questionados sobre a possibilidade de a medida desestabilizar
Estados com finanças públicas em dia, tanto Juncker como Merkel
disseram que a ajuda só seria empregada em casos excepcionais.
"Os países não poderão utilizar isto para aumentar a despesa. Não
haverá um seguro de ajuda desnecessária em nível europeu. Cada país
tem que assumir a sua responsabilidade e isto só será empregado em
casos excepcionais", declarou Juncker.
Juncker e Merkel também declararam que o fundo não servirá para
fazer frente aos problemas da Grécia, já que é preciso debatê-lo
antes de sua aprovação por parte dos países.
As regras atuais da UE impedem o resgate de um Estado-membro da
zona do euro.
Os líderes destacaram que as medidas de saneamento apresentadas
pelo primeiro-ministro grego, Yorgos Papandreu, na semana passada
serão suficientes para convencer os mercados da solidez do país.
"Na minha opinião, a Grécia não precisa de nenhuma ajuda
financeira. Vejo uma evolução relativamente positiva", afirmou
Merkel após seu encontro com Juncker. EFE