Tóquio, 4 de jan (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, apostou nesta terça-feira, em sua primeira entrevista coletiva do ano, em uma reforma tributária em 2011 e pediu a cooperação de todos os partidos para reconstruir as finanças japonesas.
Kan lembrou a necessidade de debate em torno do bem-estar social e dos recursos requeridos, "incluindo a reforma tributária e o aumento do imposto ao consumo", depois de propor em julho o polêmico aumento de 5% para 10%.
O primeiro-ministro assinalou que espera oferecer em junho um plano para iniciar as consultas sobre a polêmica reforma do sistema tributário, já proposta anteriormente mas postergada por sucessivos Governos. Kan manifestou ainda que espera que 2011 seja "o ano da abertura do país ao resto do mundo", de acordo com a agência local "Kyodo".
A economia do Japão está estagnada em um moderado crescimento pela valorização do iene, que afeta seriamente as exportações, e pela persistente deflação, ao que se soma uma demografia cada vez mais envelhecida.
O Executivo necessita que o Parlamento aprove, entre outras propostas, seu orçamento para o ano fiscal 2011, que começa em abril, e um rebaixamento de 5% no imposto de sociedades, que ficaria em 35%, dentro de uma extensa reforma tributária.
O governante Partido Democrático (PD), com absoluta na Câmara, poderia ter seu projeto barrado no Senado, dominado pela oposição.
Kan, que assumiu o cargo em junho após a demissão do ex-primeiro-ministro Yukio Hatoyama, sofre com uma popularidade de 27%, embora tenha assegurado que não planeja dissolver a Câmara de Representantes para convocar novas eleições gerais.
O primeiro-ministro prometeu nesta terça-feira se esforçar para evitar que em 2011 a política seja contaminada por escândalos financeiros. EFE