Roma, 17 jan (EFE).- A Promotoria de Milão solicitou nesta segunda-feira que seja aplicada uma multa de 3,6 milhões de euros aos bancos Deutsche Bank, Citigroup, Morgan Stanley e Bank of America pelo suposto envolvimento na quebra da Parmalat em 2003.
Segundo a imprensa italiana, a promotoria pediu ainda que sejam confiscados dos bancos 120 milhões de euros do lucro obtido nos últimos anos da gestão de Calisto Tanzi na Parmalat que, segundo a acusação, devem ser expropriados como renda oriunda do crime de agiotagem (especulação abusiva).
Segundo a promotoria, as quatro entidades divulgaram informações falsas com o fim de alterar o preço dos títulos da empresa, em cumplicidade com Tanzi.
A multa solicitada para os bancos chega a 900 mil euros para cada entidade, enquanto o valor do confisco varia por caso e corresponde aos benefícios obtidos pelas instituições financeiras.
De acordo com as sanções requeridas pelo órgão judicial, o Morgan Stanley deve pagar 5,9 milhões de euros; o Deutsche Bank, 14 milhões; o Citigroup, 70 milhões, e o Bank of America, 30 milhões.
A Promotoria também pediu a condenação de seis funcionários, que poderiam pegar penas de um ano a um ano e quatro meses de reclusão.
A Parmalat, que chegou a ser o oitavo maior grupo industrial da Itália, decretou falência após descobrir um "buraco" financeiro de 14,5 bilhões de euros. Sua quebra afetou cerca de 32 mil investidores.
O primeiro julgamento pelas responsabilidades na falência da Parmalat começou em Milão em setembro de 2006 e apontou 20 culpados, entre eles seis bancos acusados pelos crimes de especulação, obstrução da vigilância da agência reguladora da bolsa e fornecimento de informações falsas.
Em 14 de março de 2008 começou na cidade de Parma um segundo julgamento contra Tanzi e outros 15 acusados, no qual o Tribunal condenou o ex-dono da companhia em primeira instância a 18 anos de prisão.
Esta foi a segunda condenação de Tanzi, já que em maio passado o Tribunal de Apelação de Milão confirmou a condenação de dez anos de prisão decretada em primeira instância para o ex-proprietário da Parmalat, no outro processo judicial aberto pela quebra da companhia. EFE