Moscou, 9 ago (EFE).- O premiê russo, Vladimir Putin, sugeriu nesta terça-feira, que se for necessário, o Banco Central e o Ministério das Finanças intervirão nos mercados para injetar liquidez.
Em entrevista coletiva conforme informações de agências russas, "o Ministério das Finanças e o Banco Central acompanham a situação. Se for necessário, por diferentes canais, o BC e o Ministério apresentarão o necessário volume de liquidez".
Putin, que definiu recentemente os Estados Unidos como "parasita" da economia mundial por condená-la à instabilidade por conta de sua dívida desproporcional, ressaltou que o Governo russo "considera pertinente supervisionar minuciosamente a liquidez" dos mercados.
Concretamente, acrescentou, o Ministério das Finanças injetou na segunda-feira provisoriamente no orçamento o equivalente a US$ 1,4 bilhão.
Os mercados "são setores sensíveis, que dependem da psicologia, por isso quando um (mercado) começa a assustar e atemorizar pode provocar consequências negativas que, de maneira alguma, obrigatoriamente deviam ocorrer", disse.
Embora tenha assinalado que é muito difícil fazer previsões sobre o que vai acontecer nas próximas semanas devido às "turbulências nos mercados", destacou que o melhor antídoto é uma política econômica ponderada.
A esse respeito, durante uma entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro finlandês, Jyrki Katainen, ressaltou que só três países - Finlândia, Estônia e Luxemburgo - cumprem com todos os requisitos econômicos da União Europeia.
"Confio que a economia mundial se recupere. Pode ser que não tão rápido como gostaríamos, mas se recupere gradualmente", indicou.
Putin considera que o acordo alcançado sobre a dívida entre republicanos e democratas nos Estados Unidos estimulou o Banco Central Europeu a comprar obrigações espanholas e italianas.
"Ainda não é uma solução, mas um paliativo, o que também é bom", comentou sobre a situação da dívida na Espanha e Itália.
Katainen ressaltou que a situação dos mercados é de "grande tensão" e que "o nervosismo imperante está relacionado com a desconfiança em direção a determinados países e seus dirigentes, pela dúvida de que serão capazes de resolver suas dívidas".
O rublo, a moeda russa, caiu nesta terça-feira aos mínimos anuais com relação ao dólar e ao euro no mercado de divisas empurrado pelo temor que continue o descenso dos preços do petróleo.
Nesta terça-feira, o rublo desceu 3,04% frente ao dólar e 2,25% para o euro, informou o Banco Central da Rússia. EFE