Nova York, 17 ago (EFE).- A empresa Reader's Digest Association,
uma das maiores editoras de livros e revistas do mundo, anunciou
hoje que deve pedir concordata para conduzir uma reestruturação de
suas atividades nos Estados Unidos sob supervisão judicial.
A companhia explicou em comunicado que chegou a um acordo inicial
com a maioria de seus principais credores sobre um plano para
reduzir sua dívida de maneira significativa e fortalecer sua
situação financeira no futuro.
O plano inclui a troca de uma parte substancial do US$ 1,6 bilhão
que tem em dívida garantida por uma participação em seu capital, o
que supõe que a propriedade da empresa passará a esse grupo de
credores.
Além disso, a Reader's Digest explicou que optou por não pagar os
US$ 27 milhões em juros relacionados com a dívida que vence em 2017
- o que deveria fazer nesta segunda-feira - e que recorrerá ao
período de 30 dias que tem para continuar negociando com seus
credores.
O princípio de acordo também permite que a empresa se recolha de
forma voluntária e em termos já negociados com os credores sob o
amparo do Capítulo 11 da lei de quebra americana, para que possa se
reestruturar.
Depois de conseguir US$ 150 milhões em empréstimos novos para
melhorar sua liquidez, a companhia prevê sair desse processo com uma
dívida de US$ 550 milhões, o que representaria uma redução de US$
75% frente aos US$ 2,2 bilhões atuais.
A declaração de quebra só afetará, segundo a firma, suas
operações nos Estados Unidos e não às que realiza em outros mercados
internacionais, incluindo os da América Latina e Europa.
Em março de 2007, a Reader's Digest passou a ser propriedade de
um grupo de investidores liderado pela Ripplewood Holdings, em uma
operação avaliada em US$ 2,4 bilhões.
A editora comercializa livros, revistas, músicas, vídeos e
produtos educativos em 78 países e chega a cerca de 130 milhões de
consumidores, segundo dados da própria empresa. EFE