Investing.com - Os investidores ficam divididos hoje entre a reunião do Copom que indicará o ritmo da queda da Selic depois da delação da JBS (SA:JBSS3) inviabilizar as reformas no curto prazo e a crise política que segue trazendo fatos novos.
O Ibovespa Futuro abre em ligeira queda de 0,2% aos 64.150 pontos. O Ibovespa ontem testou os 64 mil pontos diversas vezes ao longo do pregão, mas encerrou o dia com 63.962 pontos.
As atenções se voltam hoje para o resultado da reunião do Copom após o fechamento do mercado. Até duas semanas atrás, antes do vazamento a delação da JBS as apostas eram de que o BC cortaria em 1,25 p.p. a Selic elevando, assim, o ritmo de cortes de juros do país, viabilizado pelo ambiente ainda recessivo e de inflação abaixo de 4% nos 12 meses.
Contudo, a bomba detonada pela JBS que explodiu dentro do Palácio do Planalto e ainda ameaça a queda de Michel Temer fragmentou a base aliada e tirou força para a aprovação da reforma da Previdência. Sem o maior controle fiscal, o mercado reduziu suas apostas em corte da Selic e os analistas passam a ver redução de até 1 p.p., mas podendo ser menos.
Temer se equilibra
Toma posse hoje o novo ministro da Justiça, Torquato Jardim, que substituiu o criticado Osmar Serraglio em nomeação inesperada realizada no final de semana. Jardim tem um perfil mais duro e indicou que poderá interferir na Polícia Federal, além de fazer publicamente a defesa de Temer.
A chegada do ex-ministro do TSE Torquato Jardim à Justiça foi interpretada como uma tentativa de intervenção de Temer no julgamento que poderá cassar a chapa eleita em 2014 e uma reação para garantir o apoio da base aliada com indicação de possível intervenção na Lava Jato.
Os senadores do PMDB votaram pelo apoio à reforma trabalhista, em discussão na Casa. O texto deverá ser aprovado sem alterações, mas com compromisso de veto em alguns temas sobre os quais não há consenso, como a possibilidade de negociação entre trabalhadores e patrões para carga horária de 12x36.
O PSDB quer aprovar a reforma da Previdência ainda com Temer no poder e, somente depois, decidir pela saída do presidente, segundo a Folha.
O STF autorizou a Polícia Federal a colher por escrito o depoimento de Michel Temer, em processo que investiga também o deputado Rocha Loures. O político poderá perder o foro privilegiado e ter sua prisão decretada após Osmar Serraglio ser exonerado da Justiça e decidir retornar à Câmara.
Commodities em baixa
O minério de ferro afundou 6% na reabertura da bolsa da Dalian após na China que manteve as negociações interrompidas desde a semana passada. O contrato para entrega em setembro recuou para 424,5 iuanes a tonelada. No porto de Qingdao, o preço para entrega spot cedeu 2,5% e encerrou o dia a US$ 57 a tonelada.
O petróleo registra novo dia de perdas ainda refletindo a expectativa de sobreoferta no mercado mesmo após a renovação de acordo de corte na produção entre a Opep e grandes exportadores. A cotação cede mais de 2% em Nova York e no Brent, em Londres.
Mundo corporativo
A BRF (SA:BRFS3) e GPA vão ser observadas de perto hoje pelo mercado com a possibilidade de Abilio Diniz ser delatado pelo ex-ministro Antonio Palocci. O empresário é, desde 2013, presidente do conselho de administração e um dos principais sócios minoritários da exportadora de carne, mas os fatos da delação deverão abranger o período que o executivo comandava o GPA.
A Folha de S. Paulo traz ainda que Palocci pediu prisão domiciliar para entregar provas contra Lula e o ex-presidente do BTG Pactual (SA:BBTG11), Andre Esteves.
A J&F conseguiu fechar acordo de leniência com o MPF e pagará R$ 10,3 bilhões.
A Petrobras (SA:PETR4) conseguiu na Justiça decisão favorável à venda da Liquigás.