Paris, 6 jun (EFE).- O presidente francês, Nicolas Sarkozy,
afirmou que o desembarque aliado na Normandia, cujo 65º aniversário
é lembrado hoje, foi a origem da paz na Europa e marcou o exemplo
dos valores do mundo ocidental.
"O que teria acontecido se não tivessem vencido? Dessa luta
nasceu a Europa. Fizemos a paz e construímos a Europa. Devemos isso
aos que deram a vida nessa batalha. Todos os que lutaram contra o
nazismo e o fascismo o fizeram por um sonho de liberdade", afirmou
Sarkozy.
O presidente francês presidiu a cerimônia no cemitério americano
de Colleville-sur-Mer, na Normandia, junto com seu colega americano,
Barack Obama, os primeiros-ministros do Reino Unido, Gordon Brown, e
do Canadá, Stephen Harper, além do príncipe Charles.
"A melhor homenagem que podemos fazer é continuar lutando pelos
valores pelos quais eles lutaram", afirmou Sarkozy.
O chefe do Estado francês, que se dirigiu aos mais de nove mil
convidados presentes, 200 deles veteranos do desembarque na praia de
Omaha, assegurou que os desafios atuais "são de natureza diferente,
mas não menos graves".
Citou entre eles a mudança climática, a fome no mundo, o
fanatismo e o terrorismo e as ameaças aos direitos humanos.
"Nos ensinaram que nunca mais vamos querer a guerra. Nunca
devemos esquecer seu sofrimento. Devemos lembrar de seu sonho de
liberdade, justiça e paz", assegurou.
Sarkozy mostrou "a emoção" do povo francês diante dos nove mil
túmulos de soldados americanos que morreram naquela batalha para
salvar o país da invasão nazista e agradeceu "o compromisso" dos
britânicos e dos canadenses "que lutaram pela liberdade longe de
suas casas".
"Em nome da França, presto homenagem aos que derramaram seu
sangue na Normandia. Não os esqueceremos. Lutaram por uma causa que
sabiam que era maior que sua própria vida. Ninguém recuou. A França
não esquecerá nunca", afirmou.
O presidente francês rendeu uma homenagem particular a Obama,
porque o avô do chefe de Estado dos EUA perdeu a vida na batalha da
Normandia seguinte ao desembarque.
"O senhor é, por sua condição e por seu sangue, um símbolo dos
EUA que amamos, que defende os valores morais, que luta pela
liberdade, a democracia e os direitos humanos", assegurou. EFE