Lisboa, 30 jun (EFE).- O primeiro-ministro português, José
Sócrates, justificou hoje o veto estatal da venda à Telefónica de
30% da Vivo em poder da Portugal Telecom (PT) aos "interesses
nacionais" lusos.
"A ação de ouro serve para ser utilizada quando for necessário",
afirmou o líder socialista ao ser questionado pelos jornalistas
sobre a decisão estatal de vetar a operação na assembleia de
acionistas da PT realizada hoje apesar de ter sido aprovada por
73,9% dos acionistas presentes.
O primeiro-ministro afirmou que "tanto os que iam comprar como os
que eram consultados na assembleia, todos os acionistas, e em
particular a Telefónica, sabiam qual era a posição do Governo e
penso que deviam ter levado isso em conta".
"Quando o Governo fala, interpreta, naturalmente como compete, os
interesses nacionais", ressaltou.
Sócrates insistiu no caráter "fundamental" que tem a participação
da Vivo para o desenvolvimento da PT, que com a Telefónica controla
60% do capital da empresa brasileira através da sociedade Brasilcel.
O Executivo socialista luso, lembrou, sempre disse que a oferta
da empresa espanhola, por 7,150 bilhões de euros, "não atendia os
interesses estratégicos que a Vivo representa para a PT".
O representante do Estado português fez hoje uso da ação com
direitos especiais que mantém na companhia para rejeitar a operação
na assembleia de acionistas na qual estiveram representados 68,5%
dos acionistas. Só 26% votaram contra a venda. EFE