Superávit comercial brasileiro cai 19,8% em 2010

Publicado 03.01.2011, 15:46
Atualizado 03.01.2011, 16:21

Brasília, 3 jan (EFE).- O superávit comercial do Brasil diminuiu 19,8% em 2010, até os US$ 20,278 bilhões, o mais baixo em oito anos, informou nesta segunda-feira o Governo.

As exportações cresceram 31,4% até o número recorde de US$ 201,916 bilhões, como havia antecipado o ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, na cerimônia em que transferiu o cargo a seu sucessor, Fernando Pimentel.

As importações avançaram ainda mais, 41,6%, até US$ 181,638 bilhões, segundo um comunicado do Ministério.

O conjunto da corrente de comércio, que engloba a soma das importações e exportações, cresceu 36,1%, o que evidencia a recuperação econômica do Brasil e de alguns de seus parceiros comerciais.

Em dezembro, as exportações cresceram a um ritmo mais forte que no conjunto do ano (38,3%), até US$ 20,919 bilhões, e as importações cresceram a uma taxa menor, de 21%, e somaram US$ 15,551 bilhões.

A deterioração da balança comercial é uma das maiores preocupações do Governo da presidente Dilma Rousseff, que tomou posse do cargo no sábado.

O ministro Pimentel, ao assumir seu cargo, assinalou a "guerra" de divisas como a principal responsável pela deterioração da balança comercial brasileira e disse que esse é o "primeiro desafio" de sua gestão.

"Há uma evidente guerra cambial mundialmente aberta, com reflexos na nossa balança comercial e efeitos perversos nas nossas indústrias", afirmou Pimentel.

O termo "guerra de divisas" foi criado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que continua no cargo.

A força do real, que se manteve em valores elevados frente ao dólar no último ano, foi um dos principais fatores que encareceram as exportações brasileiras e que baratearam as importações.

Segundo estudos divulgados na semana passada por empresas de análise de mercado, o real acumulou uma apreciação de 108% desde 2003, em um contínuo processo de valorização frente ao dólar que se aguçou desde 2009 e diminuiu a competitividade do país. EFE

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