Rio de Janeiro, 1 jul (EFE).- O Brasil acumulou um superávit
comercial de US$ 13,987 bilhões no primeiro semestre deste ano,
23,8% a mais que o registrado no mesmo período do ano passado (US$
11,301 bilhões), apesar da queda nas exportações de produtos
industriais, causada pela crise econômica global.
De acordo com os números divulgados hoje pelo Ministério de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o saldo positivo no
semestre foi produto de exportações de US$ 69,952 bilhões e
importações de US$ 55,965 bilhões.
As exportações nos seis primeiros meses do ano foram 22,8%
inferiores às do mesmo período no ano passado (US$ 90,645 bilhões),
enquanto que as importações caíram 29,46% frente ao valor registrado
no primeiro semestre de 2008 (US$ 79,343 bilhões).
A alta do superávit comercial durante a crise global foi
atribuída à forte redução das importações, que ficaram mais caras,
já que o dólar está mais alto este ano, em relação a 2008.
As indústrias brasileiras, afetadas pela queda da demanda
mundial, também reduziram significativamente suas compras externas.
A queda das exportações levou o Brasil a registrar, em janeiro,
um déficit comercial de US$ 530 milhões, o primeiro saldo negativo
mensal em vários anos.
O desempenho de junho contribuiu para o bom resultado do primeiro
semestre. O Brasil obteve um superávit de US$ 4,625 bilhões no mês,
o maior saldo mensal desde dezembro de 2006 (US$ 5,052 bilhões).
O superávit de junho, 69,5% superior ao registrado no mesmo mês
de 2008 (US$ 2,729 bilhões), foi resultado de exportações de US$
14,468 bilhões e importações de US$ 9,843 bilhões.
A queda das importações no mês, comprado a junho do ano passado
(-38%) foi muito superior à queda das exportações (-22,2%), na mesma
comparação.
Os economistas das instituições financeiras privadas consultados
na semana passada pelo Banco Central preveem que o Brasil fechará o
ano com um superávit de US$ 21,5 bilhões na balança comercial, valor
próximo aos US$ 24,7 bilhões de 2008.
A previsão é muito superior à calculada no início do ano, quando
se esperava um superávit de US$ 16 bilhões para 2009.
De qualquer forma, o saldo positivo neste ano ficará longe dos
US$ 40 bilhões acumulados em 2007 e do recorde de US$ 46,456 bilhões
de superávit, que o Brasil obteve em 2006. EFE