Bruxelas, 24 jul (EFE).- A Comissão Europeia (órgão executivo da
UE) deu hoje sinal verde à italiana Fiat para assumir o controle da
americana Chrysler, ao considerar que a operação não prejudicará a
concorrência no mercado.
Com a decisão, a Comissão Europeia abre caminho ao acordo
formalizado em junho entre as duas montadoras, que permitirá salvar
a Chrysler da quebra e dará espaço para a marca italiana entrar no
mercado americano.
O acordo entre as empresas contempla a criação de uma nova
companhia, chamada Grupo Chrysler, na qual a Fiat terá participação
de 20%, que poderia aumentar caso alcançados determinados objetivos.
O novo grupo comprará os ativos rentáveis da velha Chrysler que,
no entanto, ficará com a dívida e algumas obrigações com credores.
Além disso, a companhia italiana, como lembra a UE em comunicado,
contará com capacidade para exercer o controle total sobre as
decisões do Grupo Chrysler.
A análise dos serviços de concorrência do bloco concluiu que as
interseções entre as duas companhias são muito limitadas, e por isso
a fusão não "mudará significativamente a estrutura competitiva dos
mercados de fabricação e fornecimento de veículos de passageiros".
Bruxelas também examinou a possibilidade de uma integração
vertical, levando em conta que a Fiat produz luzes e sistemas de
transmissão que vende a outras montadoras.
No entanto, a Comissão descarta qualquer problema dadas as
atividades da Chrysler e sua pouca presença no mercado europeu.
Bruxelas lembrou que 90% do negócio da Chysler acontecem na
América do Norte através das marcas Chrysler, Jipe e Dodge, e que a
montadora não tem nenhuma fábrica própria na Europa.
Já a Fiat tem atividades mais amplas, entre as que figuram a
produção e venda de carros (Fiat, Lancia, Alfa Romeo, Abarth,
Maserati e Ferrari), mas também de caminhões e veículos industriais
(Iveco) e de equipamento agrícola e para a construção (NHC Case New
Holland).
O grupo italiano produz também autopeças para a indústria através
das marcas FPT Powertrain Technologies, Magneti Marelli e Teksid.
EFE