Bruxelas, 1 out (EFE).- A última tentativa da União Europeia (UE)
de definir novas taxas aos bancos para financiar futuras crises e
contribuir na luta contra a pobreza terminou hoje sem avanços,
durante a reunião de ministros de Finanças do bloco em Bruxelas.
Dois anos depois da explosão da crise financeira, os
países-membros da UE continuam envolvidos em discussões sobre as
diferentes modalidades de taxas e o destino que deve ser dado ao
dinheiro arrecadado, enquanto alguns países aprovaram novos impostos
de forma unilateral.
De acordo com a ministra da Economia e Fazenda espanhola, Elena
Salgado, o encontro de hoje, realizado menos de um mês depois do
primeiro debate formal no seio do Ecofin (a reunião de ministros de
Finanças da UE), mais uma vez terminou sem "avanços
extraordinários".
Embora a "prioridade seja evitar que os diferentes sistemas
tributários dos Estados-membros provoquem uma dupla taxação" ao
setor, havia a possibilidade de o semestre terminar sem acordo em
relação a isso, declarou o ministro das Finanças belga, Didier
Reynders.
A UE trabalha com duas possibilidades de imposto, que a princípio
não são excludentes: uma sobre as atividades bancárias e outra sobre
as transações financeiras internacionais, a Taxa Tobin.
O imposto sobre as atividades bancárias conta com mais apoio que
a taxa sobre as transações financeiras.
O primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodríguez Zapatero, e o
presidente da França, Nicolas Sarkozy, defenderam na recente cúpula
da ONU a introdução de uma taxa sobre as transações que seja usada
na luta contra a fome e a miséria.
França e Reino Unido anunciaram impostos sobre as atividades
bancárias, que destinarão aos cofres públicos, enquanto a Alemanha
apostará nesse mesmo imposto, mas usará o arrecadado em um fundo
para socorrer futuras quebras do setor.
Esta última é a opção preferida pela Comissão Europeia (órgão
executivo da UE), que em outubro apresentará uma proposta concreta
sobre o assunto.